Vacinação em massa contra dengue ainda não é garantida pelo Governo Federal
Política Vitrine

Vacinação em massa contra dengue ainda não é garantida pelo Governo Federal

23/01/2025 | 12:29 Por redacao mz
Desde que Lula assumiu a presidência em 2023, a vacinação em massa contra a dengue ainda não foi garantida para a população brasileira. Nesta terça-feira (22), o Instituto Butantan, em São Paulo, anunciou o início da produção da vacina Butantan-DV contra a dengue. No entanto, a vacinação em larga escala não ocorrerá em 2025.

A ministra da Saúde do Governo Lula, Nísia Trindade, explicou que a produção da vacina precisa atingir uma escala maior para atender a demanda. “O Butantan está produzindo, mas não há previsão de uma vacinação em massa neste ano de 2025, isso é muito importante colocar, independente da Anvisa, porque é preciso ter escala nessa produção”, afirmou.

O Instituto Butantan prevê fornecer um milhão de doses em 2025 e alcançar a marca de 100 milhões de doses até 2027. A distribuição das vacinas só poderá ocorrer após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).

A Butantan-DV será uma vacina de dose única, com estudos clínicos indicando “excelente eficácia”. Enquanto a vacina não está disponível em grande escala, o Ministério da Saúde reforça a importância das medidas preventivas contra o mosquito Aedes aegypti.

Nesta quarta-feira (22), em Brasília, a ministra Nísia Trindade se reuniu com representantes de conselhos, sociedade civil, instituições de saúde, associações e especialistas para discutir estratégias de controle da dengue e outras arboviroses.

Na próxima semana, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação retomarão o programa Saúde na Escola, presente em 96% dos municípios brasileiros, para transformar as escolas em espaços livres da dengue. As medidas incluem a mobilização das comunidades e a aplicação de inseticida nas escolas.

Mortes por Dengue Superam as por Covid-19 em 2024

Em 2024, as mortes por dengue no Brasil ultrapassaram as causadas pela Covid-19, com 6.103 óbitos registrados contra 5.959 por Covid-19. O número de mortes por dengue pode ser ainda maior, pois 761 casos estão em investigação.

O aumento de mortes por dengue foi de 417% em comparação com 2023, quando 1.179 pessoas morreram. Os casos prováveis de dengue saltaram de 1.649.146 em 2023 para 6.629.595 em 2024, um aumento de 302%.

Dados de 2024

Em 2024, a dengue afetou 3.118 pessoas por 100 mil habitantes no Brasil, com maior incidência entre mulheres (55%) do que homens (45%). Em relação à raça/cor, 41,7% dos infectados eram brancos; 35%, pardos; 5,1%, pretos; e 1,1%, amarelos. A faixa etária mais afetada foi a de 20 a 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 anos e 40 a 49 anos.

O estado de São Paulo liderou em número absoluto de casos prováveis, seguido por Minas Gerais e Paraná. O Distrito Federal teve o maior coeficiente de incidência, seguido por Minas Gerais e Paraná.

Projeções para 2025

A ministra da Saúde alertou para uma provável alta de casos de dengue em 2025 nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. O fenômeno El Niño pode agravar as condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito transmissor.

Outro fator preocupante é o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue (DENV-3), com maior incidência esperada em São Paulo. Essa variante pode sobrecarregar o sistema imunológico da população, aumentando os casos graves.

Desde o início de 2025, já foram registrados 93.555 casos prováveis de dengue no país, com 11 mortes confirmadas e 104 óbitos em investigação.

Expansão do Sorotipo DENV-3

No segundo semestre de 2024, houve uma expansão significativa da circulação do sorotipo DENV-3, especialmente nas últimas semanas do ano. Esse sorotipo representa uma ameaça devido à baixa imunidade populacional, podendo resultar em um aumento exponencial de casos e sobrecarga dos sistemas de saúde.

Os estados com maior proporção de casos de DENV-3 foram Amapá, São Paulo e Minas Gerais, seguidos por Paraná, Roraima, Pará e Pernambuco.

com informações via blog da Mareli Martins

Você tem algum comentário, dúvida ou opinião? Conta pra gente!