A demora no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Uvaranas, em Ponta Grossa , voltou a gerar forte indignação após fiscalização realizada por vereadores. Durante a visita, foi constatado que uma criança, com menos de dois anos, permaneceu até a meia-noite aguardando reavaliação médica — mesmo após já ter sido atendida uma primeira vez. Segundo relatos, a criança chegou a pedir comida para a mãe durante a longa espera.

A vereadora Marisleidy, enfermeira de formação e parlamentar pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), participou da fiscalização e classificou a situação como desumana. “Isso não é nem questão de urgência ou emergência, é uma questão humana. Uma criança de menos de dois anos não pode ficar tantas horas esperando, com fome, dentro de uma unidade de saúde”, afirmou.

Ela também apontou falhas graves na estrutura da UPA. Segundo a parlamentar, não há oxímetro pediátrico na triagem, o que compromete a avaliação de crianças em situação de risco: “Quero saber como que se classifica uma cor amarela ou vermelha para uma criança sem saber a saturação dela. Falta equipamento pediátrico, isso é inadmissível”, denunciou.

Marisleidy destacou ainda que o fluxo de atendimento precisa ser reorganizado, já que adultos e crianças são atendidos pelo mesmo médico:“Olha o risco de um diagnóstico ou de uma dosagem errada, porque entra um adulto e logo depois uma criança. Isso precisa mudar”, reforçou.

Durante a visita, os vereadores também observaram fichas desperdiçadas, pacientes esperando mais de cinco horas sem retorno e até falta de cadeiras de rodas para quem necessitava de locomoção. “Não estou questionando a conduta de médicos ou enfermeiros, mas sim o fluxo. E, como profissional da saúde, eu sei que pode melhorar sim”, pontua a vereadora.

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