A vereadora Cristianne Costa Lauer, do partido Novo, foi condenada por improbidade administrativa pelo juiz Márcio Augusto Matias Perroni, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá. A decisão judicial reconheceu o uso indevido de um servidor público do gabinete da parlamentar para tratar de interesses particulares da própria vereadora, violando princípios da administração pública.

Segundo a sentença, Lauer teria direcionado o trabalho do então chefe de gabinete, o advogado Bruno Di Lascio, para atuar como seu representante em processos judiciais pessoais, enquanto ele ainda exercia funções no cargo público. A acusação foi sustentada por uma gravação de áudio revelada pelo Blog do Rigon, em que a vereadora admite a prática — elemento considerado decisivo pelo juiz para confirmar o esquema.

O magistrado apontou que o áudio revela um acordo entre a parlamentar e o servidor para que ele se dedicasse à defesa pessoal de Lauer, e não às funções institucionais de seu cargo. O Ministério Público do Paraná (MPPR) foi o autor da ação, que também pedia a cassação do mandato e a suspensão dos direitos políticos da vereadora, que foram posteriormente retirados pelo próprio promotor responsável.

Como penalidade, Cristianne Lauer terá que devolver R$ 19.638,02 aos cofres públicos, valor caracterizado como enriquecimento ilícito, e pagar uma multa civil de mesmo valor, além de arcar com custas e despesas processuais.

Durante o trâmite do processo, a parlamentar chegou a enfrentar dificuldades com o andamento das notificações, e, no final de 2024, o PT de Maringá chegou a apresentar um pedido de cassação de seu mandato por quebra de decoro, que acabou sendo arquivado pelo presidente da Câmara à época.

Com a condenação, ela se torna a única vereadora da legislatura anterior a ser penalizada judicialmente por improbidade administrativa entre os 15 parlamentares do período. Até o momento, a defesa da vereadora não se manifestou publicamente sobre a decisão.