Vídeo: Idoso acamado de 92 anos é carregado no colo devido à rua precária em PG

Em Ponta Grossa, moradores da rua Abelardo de Brito, na Vila Ronda Peixoto, vivem há décadas sem infraestrutura mínima e enfrentam situações extremas de abandono. Um dos casos mais graves é o de um idoso de 92 anos, que sofreu AVC em fevereiro e precisa ser carregado no colo pelos familiares, pois nem cadeiras de rodas conseguem transitar na rua.

“É o meu pai, ele tá com 92 anos, e a gente tem que carregar ele até a esquina no colo, porque não tem como passar de cadeira de rodas. A rua tá muito ruim, e se continuar assim, vou ter que trazê-lo para morar comigo aqui”, relatou Maria Kendrick Fiusa, moradora da região.

O descaso se estende a toda a comunidade: ambulâncias, coleta de lixo e carros de aplicativo não conseguem entrar na rua, e os moradores são obrigados a carregar compras de mercado por duas quadras em carrinhos de mão. “O senhor derrubou o carro ali e tá estragando tudo, não tem condição. Estão falando que vão fazer asfalto, mas não sei quando”, completou Maria.

A rua, uma das mais antigas da cidade, sofre com enchentes recorrentes. Maria contou que vizinhos jogam lixo e galhos, entupindo as valetas, e que, durante um temporal recente, a água invadiu a casa da comadre e destruiu móveis: “Ela perdeu guarda-roupa, perdeu as coisas… Isso aí tudo é isso aí, eles têm que ver”.

Apesar de pagar impostos em dia, os moradores se sentem esquecidos pelo poder público. “A gente paga imposto, tá aqui os carnês, tudo certinho, e mesmo assim estamos praticamente abandonados. Faz mais de 40 anos que moro aqui e nunca veio nada de concreto. Só vieram uma vez com máquina e ainda assim nada adiantou”, desabafa Maria.

A situação evidencia a falta de planejamento e manutenção: uma simples limpeza, manilhas ou escoamento de água poderia melhorar drasticamente a vida dos moradores, mas nenhuma providência definitiva é tomada. “Bastava limpar os lados da rua, colocar manilhas, limpar tudo… Até ficaria bom. Mas a gente fica esperando, vota, faz eles subirem lá em cima, e a gente fica lá embaixo”, relata Maria.

A comunidade pede ação urgente da Prefeitura, alertando que a situação não é apenas de desconforto, mas de risco à vida, especialmente de idosos e pessoas com mobilidade reduzida. “Tomara que a notícia crie vergonha. É tudo o que a gente pede: dignidade e respeito”, concluiu Maria.