Zanin irrita grupo da esquerda após votar contra a descriminalização das drogas
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Zanin irrita grupo da esquerda após votar contra a descriminalização das drogas

25/08/2023 | 15:28 Por Eduardo Matheus Modificado em 25, agosto, 2023 3:32

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin foi o único, até o momento, a votar contra a descriminalização das drogas para consumo pessoal. Essa atitude irritou o grupo da esquerda. O julgamento, que ocorreu na quinta-feira, (24), acabou sendo interrompido após André Mendonça pedir vista.

Zanin foi o primeiro a votar na sessão e ressaltou que era contrário a qualquer revisão da Lei de Drogas. Apesar disso, o ministro concordou em estabelecer uma quantidade para diferenciar usuários de traficantes.

“Não tenho dúvida de que os usuários de drogas são vítimas do tráfico e das organizações criminosas, mas se o Estado tem o dever de zelar pela saúde de todos, tal como previsto na Constituição, a descriminalização, ainda que parcial das drogas, poderá contribuir ainda mais para o agravamento desse problema de saúde”, destacou.

Na sequência, alguns apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram às redes sociais para demonstrar descontentamento com a posição do indicado do mandatário.

“Queria muito mas muito mesmo ter errado nas previsões sobre o Zanin. Seria muito melhor do que ter acertado”, escreveu Gregorio Duvivier.

“Teremos 27 anos deste sujeito no STF. Defenderei o voto no Lula em 2022 até a morte, mas classifico esse como seu maior erro até agora. Imperdoável, inexplicável e inaceitável. Temos agora três ministros ultra-conversadores na Corte”, argumentou o influenciador Felipe Neto.

“Lamentável o voto de Zanin. Descriminalizar a posse de drogas é essencial para combater o encarceramento em massa e a suposta ‘guerra às drogas’, que afeta sobretudo pobres e negros. A próxima indicação de Lula ao STF deve representar as lutas democráticas e progressistas”, afirmou a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

Já a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) defendeu que “mais do que nunca: precisamos de uma ministra negra e progressista no STF!”.

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