Um médico que estava de plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cambé, no norte do Paraná, foi afastado após recusar emitir um atestado de acompanhante para uma mãe que levou seu filho de cinco anos para ser atendido. O incidente ocorreu por volta das 5h da última segunda-feira (20).

Luciana Gonçalves Costa, a mãe, relatou que seu filho estava com febre e outros sintomas gripais, necessitando do atestado para poder cuidar dele em casa e justificar sua ausência no trabalho e na escola do menino. Segundo Luciana, o médico afirmou que não havia problema em deixar a criança sozinha em casa, mesmo com febre.

“Assim que a consulta terminou, pedi um atestado para apresentar na empresa e na escola, mas ele recusou, dizendo que não haveria problema do meu filho ficar sozinho em casa mesmo doente. Me senti desamparada e comecei a chorar”, disse Luciana.

Posteriormente, Luciana conseguiu o atestado com outra médica que assumiu o plantão às 7h. O médico, que trabalha de forma terceirizada através do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), foi afastado após uma notificação da Prefeitura de Cambé. O Cismepar abriu um processo administrativo para investigar o caso, e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) também iniciou uma investigação sobre a conduta do profissional.

Deixar uma criança abaixo de 12 anos sozinha em casa, configura crime de abandono de incapaz, previsto no artigo 133 do Código Penal brasileiro: “Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono”. A pena é  de seis meses a três anos de detenção.

Com informações G1 Paraná