A Justiça aceitou a denúncia contra o vereador José Odílio dos Santos (MDB), de Reserva, nos Campos Gerais do Paraná, tornando-o réu por homicídio triplamente qualificado. O parlamentar, que está foragido há mais de 40 dias, é acusado de assassinar seu sobrinho-neto, Diorgenes Fernando Ferraz Lemes, de 24 anos, durante o velório de um familiar. Segundo as investigações, o crime aconteceu após a vítima cobrar uma dívida do vereador.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou a denúncia considerando os agravantes de motivo fútil, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, e perigo comum, dado que o assassinato ocorreu em um local público e com várias pessoas presentes. O processo corre sob sigilo. Em nota, o advogado de José Odílio afirmou que o vereador “estava sendo ameaçado gravemente pelo sobrinho e temia por sua vida diante do histórico criminal do sobrinho”. O irmão do vereador também foi denunciado, acusado de ter ajudado na fuga após o crime.

As investigações indicam que o irmão do vereador estava com ele no local do velório e que José Odílio disparou pelo menos três vezes contra a vítima. Em seguida, os dois fugiram no carro dirigido pelo irmão, conforme apontado na denúncia. A defesa do vereador nega a participação dele nos fatos.

Na última sexta-feira (16) , o Ministério Público solicitou à Câmara de Vereadores de Reserva informações sobre a decisão que concedeu licença de três meses ao vereador, aprovada por unanimidade na sessão de terça-feira (13). A Câmara destacou que a licença, sem remuneração, visou evitar o pagamento de subsídios durante a investigação. A instituição afirmou que o processo de cassação do mandato não foi iniciado antes da denúncia formalizada em 16 de agosto de 2024, mas será avaliado assim que a Câmara tiver acesso completo ao inquérito e aos documentos necessários.

Com informações: G1 Paraná