Um relatório divulgado pelo Cenipa nesta semana revelou detalhes de um incidente grave entre dois aviões da Gol e da Azul, que ficaram a apenas 22 metros de uma colisão no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em dezembro de 2020. Uma aeronave da Azul, com 68 passageiros a bordo, se aproximava para pouso enquanto um Boeing 737 da Gol, com 163 passageiros, aguardava na pista para decolar. Um erro na orientação do controlador aéreo levou as duas aeronaves a se aproximarem perigosamente, mas a tripulação da Gol alertou a torre a tempo, e o voo da Azul foi instruído a arremeter.
O Cenipa apontou que o controlador de voo responsável pela operação estava abalado emocionalmente por questões pessoais e passava por problemas de saúde, o que pode ter afetado sua atenção. A supervisão, no entanto, não percebeu a necessidade de afastá-lo da função, como indicado pelos protocolos de segurança. No momento do incidente, o supervisor estava ocupado com registros administrativos e não acompanhou a movimentação.
Ambas as companhias aéreas se manifestaram após a divulgação do relatório. A Azul afirmou que segue rigorosamente os padrões de segurança internacionais e acata recomendações regulatórias. A Gol e a Infraero, que administrava Congonhas na época, ainda não comentaram o caso.
O incidente reforça a necessidade de maior acompanhamento e suporte aos profissionais da torre de controle, especialmente em momentos de fragilidade emocional. Os controladores envolvidos tinham licenças válidas e, conforme o Cenipa, o controlador da torre era descrito como comprometido e altamente respeitado por seus colegas, mas o abalo emocional que ele enfrentava indicou a importância de protocolos mais rigorosos na supervisão de situações excepcionais.
Com informações: TN Online: Foto: Celso Castro Júnior/Flickr
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