Idosos de 73 e 74 anos são agredidos por neto e noiva e são expulsos da própria casa em Ponta Grossa
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Idosos de 73 e 74 anos são agredidos por neto e noiva e são expulsos da própria casa em Ponta Grossa

28/01/2025 | 22:01 Por redacao mz

Em um caso sem precedentes na cidade de Ponta Grossa, tudo aconteceu quando os idosos de 73 e 74 anos, proprietários do imóvel, saíram em viagem no final de ano, inclusive postando vídeo de sua saída em viagem.

Neste periodo, a nora que convivia com eles na residência , convidou seu filho e a noiva dele para morar na casa

Aproveitando a ausência dos idosos, a nora entrou com um pedido de medida protetiva contra os idosos e contra os netos, com exceção nos netos filho na própria nora, pedido esse que foi totalmente rechaçado pelo Poder Judiciário, sendo que a Justiça ainda garantiu a permanência dos idoso no lar. A nora já havia feito isso com o ex-companheiro para permanecer no imóvel, inventando diversas histórias fantasiosas para fazer com que a medida fosse deferida contra o marido, alegações estas que o marido está requerendo comprovação na justiça, por serem alegações mentirosas, segundo testemunhos de vários parentes e amigos.

Ao retornarem de viagem, os idosos encontraram os portões trancados com correntes e cadeados, e os controles dos portões trocados pelo neto, ficando os dois idosos de 73 e 74 anos na rua em plena noite.

Com ajuda de outro neto, chamaram um chaveiro e conseguiram entrar em sua residência, porém, mais tarde, segundo o relato de uma testemunha que presenciou o caso, “a nora dos idosos Rosa Maria, o neto Ricardo Albertus e a noiva do neto Caroline Lemos, retornaram de um culto da igreja ICP a qual eles pertencem, e tinham convidado os seus amigos e pastores, e como não queriam que os seus convidados, pelo que me lembro uma pastora de nome Kellen Braido, o neto Ricardo de forma muito exaltada tentou de todas as formas expulsar nossos avós de 73 e 74 anos da casa, colocando eles na rua. O neto Ricardo ainda mentiu descaradamente que tinha uma medida protetiva contra eles e que eles tinham que sair e falou que iria chamar a polícia, ai mandamos ele chamar a polícia, pois como poderiam expulsar dois idosos de sua própria casa apenas para terem um jantar com a pastora que o neto Ricardo e sua noiva tinham convidado?”, disse a testemunha;

Após os avós se recusarem a sair, o neto Ricardo, transtornado por não conseguir expulsar os avós de casa, discutiu gravemente com seus irmãos, chegando a segurar sua irmã pelo pescoço e empurrando a sua própria avó que caiu, conforme relato das pessoas que testemunharam todo o ocorrido.

Ricardo Albertus ainda ameaçou seus avós de 73 e 74 anos, chamando seu avo de 74 anos para briga quando o mesmo lhe pediu respeito, e ameaçando que os dois idosos não durariam cinco dias com ele naquela casa.

Conforme relato da vítima, uma idosa de 73 anos, na manhã seguinte eles foram impedidos de circular pela casa, sendo trancado todos os cômodos da residência, inclusive a cozinha, sendo impedidos de tomar o seu café da manhã.

“Eu acordei cedo e quando desci, estava tudo trancado, até a cozinha estava trancada, o único lugar que eu podia ficar era meu quarto e o espaço da churrasqueira que não tem portas, tentei passar um café na churrasqueira para tomar, mas não consegui acender ela”, afirmou.

O neto também trocou novamente os controles e chaves dos portões, e disse que se queriam ficar, então iriam ficar, mas não iriam sair mais, impedindo inclusive o acompanhamento de saúde que necessita o idoso de 74 anos, pois a entrada da enfermeira foi impedida.

Ao buscar algumas roupas de seu filho, a idosa foi trancada dentro do quarto pela agressora Caroline Lemos, noiva do neto Ricardo, desesperada saiu pela porta da sacada para tentar sair por outro quarto, e foi trancada na sacada pela agressora.

A idosa somente conseguiu ser libertada da sacada quando começou a gritar por socorro para os vizinhos, pedindo que chamassem a polícia, nesse momento a nora Rosa veio chamar a atenção dos vizinhos e abriu a porta para que entrasse na residência.

A idosa, ao adentrar à casa, continuou sendo alvo de provocações e deboches pela agressora Caroline Lemos, novamente com impiedade colocou o celular na cara da idosa e começou a gritar com ela, após a vítima tentar afastar o celular, Caroline agrediu ela.

 

Desesperados, os idosos foram retirados da casa por outro neto e levados à delegacia de Polícia Civil para solicitar uma medida protetiva contra o neto e sua companheira.

Mesmo com a Lei do Idoso e a Lei Maria da Penha, que determina a concessão de medidas protetivas em até 48 horas, o pedido, feito no dia 4 de janeiro, somente foi julgado em 24 de janeiro, ou seja, 21 dias após, demora sem qualquer justificativa. Os idosos estão abrigados na casa de parentes desde então.

O juiz concedeu uma medida protetiva contra a agressora Caroline Lemos, mas não contra o neto Ricardo, o que surpreende que as imagens de agressão tanto verbal como ameaça são explicitas, contra os idosos e tanto o MP como a juíza não entenderam desta forma. Os idosos não podem voltar para sua residência por medo de seu neto Ricardo, que é do meio político e bastante influente na cidade.

Como resultado, os idosos, que foram agredidos e mantidos em cárcere continuam impedidos de retornar à sua residência, enquanto o neto Ricardo, a noiva Caroline e a nora Rosa permanecem na casa dos idosos desde aquele dia, ficando os idosos sem acesso a seus pertences, como roupas, remédios, e dinheiro, inclusive a informação que molharam todas a roupas dos idosos dentro do seu guarda-roupa.

– [ ] A decisão da juíza e o parecer do promotor levantam questionamentos sobre a proteção dos agredidos e uma suposta influência política e religiosa no caso. Informações indicam que o neto Ricardo e a agressora Caroline Lemos, pertencentes à Igreja Cristã Presbiteriana de Ponta Grossa, e realizam jantares e churrascos à beira da piscina com pastores e pastoras da igreja com visitas frequentes na residência dos idosos que são católicos, assim, a presença dos avós, por diferenças religiosas, estaria interferindo nos interesses do neto e de sua noiva Caroline Lemos, que é a agressora de idosos reconhecida pela medida protetiva deferida em favor dos idosos.

Procurada pela reportagem para responder alguns questionamentos, o MPPR informou que “a respeito desse caso, que trata de questões patrimoniais, o Ministério Público do Paraná se manifestará exclusivamente nos autos, até de modo a proteger a integridade dos idosos”, explicou.

Uma audiência será feita para o juiz avaliar se a denúncia segue na esfera criminal ou se não será descartada alguma punição.

A Igreja Cristã Presbiteriana, procurada pela reportagem, também se posicionou sobre o tema, através do seu Departamento Jurídico:

“A Igreja Cristã Presbiteriana (ICP) manifesta seu total repúdio a quaisquer formas de violência, agressão, ou conduta que viole a dignidade humana, especialmente em relação a idosos, que devem ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias. A Igreja ICP declara que não organiza ou promove eventos sociais em residências particulares de seus membros, tampouco mantém qualquer controle ou responsabilidade sobre encontros privados. Não há registro ou qualquer vínculo formal da igreja com reuniões na residência mencionada, muito menos a alegada frequência quase diária de pastores ou pastoras na referida propriedade. A Igreja ICP reitera que não compactua, incentiva ou endossa qualquer ato de violência, discriminação ou comportamento incompatível com os valores cristãos e éticos que professa. Caso qualquer membro da igreja esteja envolvido em condutas que violem a lei ou os princípios morais, esses atos são de responsabilidade exclusiva do indivíduo e não refletem a postura ou os ensinamentos da Igreja ICP.

A Igreja ICP esclarece que, até o momento, não possui qualquer informação oficial ou comprovação de que os atos mencionados tenham ocorrido em nome ou sob influência de sua liderança. Se comprovada a prática de atos ilícitos por parte de qualquer membro da igreja, a instituição apoiará a apuração rigorosa dos fatos pelas autoridades competentes, respeitando a legislação vigente.
Por fim, reiteramos nosso compromisso com a verdade, a justiça e o amor ao próximo, valores fundamentais da fé cristã. Nos colocamos à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários, reafirmando nossa postura contrária a toda forma de violência ou discriminação”, descreveu a nota.

A reportagem também procurou a Vara responsável pelo caso. A assessoria do gabinete informou que o caso segue em sigilo.

Segundo relatos de pessoas ouvidas pela reportagem, apesar da nota da Igreja Cristã Presbiteriana ‘ICP’, há divergência dos fatos. “Eles postam direto eventos, jantares ou tardes à beira da piscina, marcam as pessoas que estão na foto, como pastor e pastora da igreja deles, quem mais aparece nas postagens é a pastora que é amiga da Caroline a bastante tempo, a pastora Kellen Braido e o seu marido que também é pastor”.

A reportagem tentou contato com Rosa, com Ricardo e com a agressora Caroline, mas não obteve retorno. O portal se coloca à disposição para realizar a entrevista com os três. Ainda, continuará acompanhando o caso, e trazendo novidades a respeito do seguimento da medida protetiva, sobre a conivência ou não dos pastores e direção da igreja em relação aos fatos narrados e principalmente pela saúde e situação dos idosos.

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