Durante um evento em Goiânia na sexta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizou um momento inusitado ao interromper seu discurso com um arroto, seguido de um pedido de desculpas ao público. “Desculpe aqui porque eu estou muito mal. Eu vomito 10 vezes por dia, talvez”, disse, visivelmente debilitado.
Segundo o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, o quadro de mal-estar que atingiu Bolsonaro durante um churrasco realizado na manhã do mesmo dia estaria relacionado às sequelas da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018. A informação foi divulgada pelo próprio Carlos em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), na qual ele atribui os sintomas recorrentes às múltiplas cirurgias abdominais pelas quais o pai já passou, além do uso prolongado de medicamentos.
Desde o atentado, Bolsonaro passou por seis intervenções cirúrgicas na região abdominal, sendo a mais recente em abril deste ano: uma laparotomia exploradora, destinada a investigar uma possível obstrução intestinal causada por aderências — tecido cicatricial que pode formar conexões anormais entre partes do intestino.
De acordo com o médico Raphael di Paula, chefe de cirurgia oncológica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, episódios de náusea, vômito e desconforto gástrico são comuns em pacientes que enfrentam múltiplas cirurgias intestinais. O especialista destaca que as aderências podem se tornar crônicas e levar a complicações como obstruções recorrentes e desequilíbrios gastrointestinais.
O ex-presidente, que já vinha relatando mal-estar desde a quinta-feira (19), ainda não comentou oficialmente sobre a possibilidade de nova intervenção médica. Enquanto isso, o episódio reacendeu a discussão sobre as consequências de longo prazo da facada e os impactos que ela segue provocando na saúde do ex-chefe do Executivo.