Josicler Pieckocz, de 56 anos, foi brutalmente assassinada dentro de casa no município de Piên, na Região Metropolitana de Curitiba, em 11 de fevereiro deste ano. O crime foi planejado pelo próprio marido da vítima — um ex-vereador da cidade — com o objetivo de receber um prêmio de seguro de vida. Josicler foi morta a marretadas, em um dos casos de feminicídio mais chocantes registrados no Paraná em 2025.

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), o ex-marido, de 58 anos, e um comparsa de 32 anos agiram juntos na execução. Durante a ação, um dos homens segurou Josicler por trás, enquanto o outro a atingia com a marreta, impedindo qualquer possibilidade de defesa. Após o crime, ambos fugiram do local.

Na última semana, o Tribunal do Júri de Rio Negro condenou os dois acusados por feminicídio. O ex-vereador foi sentenciado a 40 anos de prisão em regime fechado, e o cúmplice recebeu 33 anos e quatro meses, também em regime fechado. As penas foram agravadas por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

A condenação ocorreu com base na nova Lei nº 14.994/2024, que trata o feminicídio como um crime autônomo — e não mais como uma qualificadora do homicídio —, prevendo punições mais severas.

Josicler Pieckocz era conhecida na comunidade local e sua morte gerou grande comoção entre os moradores de Piên. A tragédia reacendeu o debate sobre a violência doméstica e a importância de mecanismos de proteção à mulher, especialmente quando o agressor é alguém próximo e de confiança. Os dois condenados permanecem presos e o caso segue como símbolo da luta por justiça e pelo fim do feminicídio no Brasil.