A Polícia Civil do Paraná apura se houve negligência ou imperícia médica na morte da jovem Emanuelly Santos, de 20 anos, ocorrida no dia 16 de outubro, logo após o parto do primeiro filho, na Maternidade Municipal Humberto Carrano, em Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo o marido, Jhonatan Castro, Emanuelly começou a apresentar sangramento durante o exame de toque, mas foi tranquilizada pelo médico, que afirmou não haver problema. Como o parto normal não evoluiu, ela foi encaminhada ao centro cirúrgico para uma cesariana. Durante o procedimento, Castro relatou ter ouvido um comentário que o preocupou: “Eles falaram: ‘perfuramos com o bisturi’. O que perfuraram, não entendi”, disse o marido.
O bebê nasceu às 6h04, mas precisou ser transferido de helicóptero para o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. A mãe, segundo familiares, foi levada para o quarto por volta das 9h, bastante debilitada.
“Ela estava branca, com a boca roxa e muito gelada. A médica e as enfermeiras disseram que era normal, por causa da perda de sangue”, relatou Débora Medeiros Santos, mãe da vítima.
Horas depois, no fim da tarde, Emanuelly também foi transferida de helicóptero para o Hospital do Rocio, em Campo Largo, onde passou por uma cirurgia de emergência para retirada do útero. Apesar dos esforços, ela não resistiu e morreu poucas horas depois.
O bebê recebeu alta nesta sexta-feira (31) e voltou para casa sob os cuidados da família.
A Polícia Civil instaurou um inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, para investigar possíveis falhas médicas durante o atendimento. O prontuário da paciente já foi enviado à perícia, e médicos, enfermeiros e outros funcionários da maternidade devem ser ouvidos na próxima semana.
O delegado responsável chegou a solicitar a exumação do corpo, mas o pedido foi negado pela Justiça.
Em nota, o Hospital do Rocio informou que a paciente chegou em estado grave e recebeu toda a assistência necessária, mas que o óbito foi um desdobramento do quadro clínico no momento da internação.
A Prefeitura da Lapa e a Secretaria Municipal de Saúde afirmaram que o caso será investigado pelo Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal, com caráter de urgência. As instituições disseram ainda que estão colaborando com as autoridades e adotando todas as medidas técnicas e administrativas cabíveis.
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) também acompanha o caso e informou que a apuração deve ser concluída em até 180 dias.
com informações via g1





