O Chile irá às urnas novamente em 14 de dezembro para decidir quem sucederá Gabriel Boric na Presidência. A disputa será entre Jeannette Jara, de 51 anos, ex-ministra do Trabalho e integrante do Partido Comunista, e José Antonio Kast, de 59 anos, líder do Partido Republicano. Mais de 15,6 milhões de eleitores participaram do primeiro turno neste domingo, que também renovou toda a Câmara dos Deputados e metade do Senado.

Jara defende medidas como o fim do sigilo bancário para combater o crime organizado, maior controle de fronteiras e ampliação dos programas de saúde pública. Kast, por sua vez, promete a deportação de 337 mil imigrantes sem documentos, instalação de cercas na fronteira e redução de impostos para empresas.

A segurança pública dominou o debate eleitoral. O Chile registrou 868 sequestros em 2024, um aumento de 76% em relação a 2021, segundo o Ministério Público. A taxa de homicídios também disparou, passando de 2,5 para 6 por 100 mil habitantes na última década — crescimento de 140%. A atuação da gangue venezuelana Tren de Aragua, além do aumento da população imigrante, que dobrou de 4,4% para 8,8% da população em sete anos, influenciou a preocupação dos eleitores.

Pesquisas indicavam que Jara perderia em todos os cenários de segundo turno, cenário agora reforçado pela união de Kaiser e Matthei em torno da candidatura de Kast.

No campo econômico, o Chile projeta crescimento de 2,5% do PIB em 2025 e 2026, abaixo da média das últimas décadas.

A votação foi realizada entre 8h e 18h, pelo horário de Brasília. A apuração dos votos para o Congresso deve levar mais tempo devido à complexidade do sistema eleitoral, que envolve cinco listas partidárias e dezenas de candidatos independentes. O próximo presidente tomará posse em março de 2026.