Uma pesquisa recente sugere que o uso de aspirina e heparina pode ajudar a prevenir abortos recorrentes associados a um anticorpo específico. Os resultados iniciais indicam uma possível eficácia desses medicamentos, mas ainda são necessários estudos mais amplos e com metodologias diferentes para confirmar essa descoberta.
A investigação partiu da análise do anticorpo anti-b2GPI/HLA-DR, relacionado à síndrome antifosfolipídica, uma condição autoimune que pode levar a abortos. Pesquisadores descobriram que cerca de 20% das mulheres com histórico de abortos recorrentes possuíam esse anticorpo. Com base nisso, eles realizaram um novo estudo para testar o efeito da aspirina e da heparina em gestações de mulheres que apresentavam o anticorpo.
O estudo envolveu 462 mulheres, das quais 47 foram incluídas na análise final. Elas foram divididas em dois grupos: um recebeu os medicamentos e o outro não. Entre as mulheres tratadas, 87% deram à luz com sucesso, comparado a 50% no grupo que não tomou os remédios. Além disso, complicações na gravidez foram significativamente menores no grupo medicado.
Apesar dos resultados promissores, o estudo é observacional e envolveu uma amostra limitada. Por isso, não é possível afirmar com certeza a relação direta entre o uso dos medicamentos e a redução de abortos. Os pesquisadores planejam realizar ensaios clínicos randomizados para fortalecer as evidências. “No futuro, aumentar o número de casos e conduzir ensaios clínicos randomizados ajudará a estabelecer evidências da eficácia do tratamento”, afirmou Kenji Tanimura, um dos autores do estudo.
Com informações: Folhapress/ Banda B | Foto: Space_Cat/Adobe Stock
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