A Câmara Municipal de São Paulo terá nesta terça-feira, 6, uma reunião do colégio de líderes, para decidir sobre a instalação da CPI (Comissão de Inquérito) das ONGs, que tem como um dos alvos o padre Júlio Lancellotti.
O colégio de líderes toma decisões por meio de consenso, ou seja, os vereadores irão conversar sobre a possibilidade de implementação da CPI das ONGs e chegar a uma decisão conjunta, sem votações.
Caso decidam por implantar a comissão, será necessário que o plenário da Câmara Municipal dê o aval. Para que o caso saia do papel, é preciso ter 28 votos a favor.
Além de ser um dos alvos da CPI da ONGs, o padre Júlio Lancellotti é investigado pela Arquidiocese de São Paulo por um suposto assédio sexual que teria sido praticado a um ex-coroinha, em 1987. O homem relatou o que teria ocorrido à revista Oeste.
Por meio de nota divulgada no Instagram, a Arquidiocese informou que segue “em busca da verdade” a respeito da denúncia de assédio sexual contra o padre.
Já o religioso comunicou que as imputações são “completamente falsas”, afirmou que “as acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico” e ressaltou ter “plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”.
Relembre o caso da CPI
De iniciativa do vereador Rubinho Nunes (União Brasil – SP), a CPI das ONGs tem como alvos principais duas entidades que realizam trabalho comunitário destinado à população em situação de rua e usuários de drogas. São elas: Bompar (Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto) e o coletivo Craco Resiste.
O parlamentar acusa o padre Júlio Lancellotti de fazer parcerias com elas. Nas redes sociais, o religioso negou qualquer relação e disse que “a atividade (exercida pela) Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma, as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão”.
O vereador Rubinho Nunes escreveu em perfil no X (antigo Twitter) que “o padre Júlio Lancellotti não é um padre. Ele é um servo do petismo. Ele e muitos outros lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia. A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de SP vai investigar toda essa ‘máfia da miséria’ que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas”.
Outro ponto que chamou a atenção nesse caso foi o voto favorável do vereador de São Paulo Tammy Miranda (PL) à abertura da CPI.
Em entrevista, o parlamentar frisou que o nome do religioso não foi citado no texto de justificativa para o início da CPI. “O que havia no requerimento era para observar o que acontece no entorno do Centro de São Paulo, como é a segurança para as pessoas que residem ali, como os usuários de drogas são tratados e como está a questão da educação e saúde mental. Se tivesse explícito que a intenção é investigar o padre, eu jamais teria apoiado”.