Pacientes que tentam parar de fumar enfrentam um novo desafio: a falta de adesivos de nicotina nas farmácias brasileiras. O NiQuitin, fabricado pela farmacêutica Quifa, que era amplamente utilizado nas terapias de reposição de nicotina, deixou de ser comercializado em março deste ano. Com isso, muitos usuários relatam desespero e um retrocesso em sua luta contra o vício, já que outras marcas também estão em falta.

A Quifa informou que a suspensão do medicamento se deve à demora na atualização do registro sanitário pela Anvisa. De acordo com a empresa, o processo está em fase final e a expectativa é que o produto retorne ao mercado entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025. A comunicação foi feita através do Serviço de Atendimento ao Cliente, já que a Quifa não possui um canal oficial de imprensa no Brasil.

Por outro lado, a Anvisa negou qualquer atraso e afirmou que a farmacêutica não apresentou estudos suficientes para garantir a eficácia e segurança do produto. A agência ressaltou que “não houve qualquer impedimento imposto pela agência relacionado à comercialização do medicamento”. Enquanto isso, portais de defesa do consumidor têm acumulado reclamações sobre a falta do NiQuitin, e consumidores expressam a necessidade de informações sobre o futuro do produto.

Especialistas, como a cardiologista Jaqueline Scholz do InCor, alertam que a abstinência se tornou mais difícil para os pacientes sem acesso aos adesivos. O aumento do número de recaídas em fumantes e ex-fumantes é preocupante, especialmente considerando que os jovens também buscam ajuda para deixar de usar cigarros eletrônicos. Apesar da proibição de dispositivos eletrônicos para fumar pela Anvisa, os vapes continuam populares no Brasil, e o Ministério da Saúde oferece tratamentos na rede pública, mas a escassez de adesivos está complicando a situação.

Com informações: Banda B