O julgamento do relatório final feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a conduta do ex-juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato pode ser influenciado por um desfalque no colegiado. Os mandatos de dois conselheiros que possivelmente votariam contra Moro se encerram em maio, o que pode afetar o resultado do processo.
Marcado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para esta terça-feira (16), o julgamento pode não ser iniciado a tempo devido à posição do item na pauta do CNJ. Caso não seja analisado, o processo só retornará à discussão na próxima sessão do conselho, em maio, quando os mandatos dos conselheiros Marcello Terto e Silva e Marcos Vinicius Jardim já terão expirado.
Os dois conselheiros, indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), devem deixar as vagas por cerca de dois meses, até que o processo de substituição seja concluído. Esse desfalque pode impactar no resultado final do julgamento, que se espera ser bastante dividido, com uma estreita margem de diferença entre os votos a favor e contra Moro.
O relatório final, elaborado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedor Nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, analisou questões relacionadas à gestão de recursos arrecadados em função de acordos e condenações da Lava Jato. Embora Moro já não exerça mais a função de juiz, o encaminhamento provável do caso seria o envio de uma notícia crime ao Ministério Público Federal (MPF) para uma investigação criminal.
Com informações: G1 Paraná
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