Uma nova pesquisa nacional divulgada nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Ipec revelou o atual retrato da paixão clubística no Brasil — e trouxe novidades no ranking das maiores torcidas do país. O Flamengo segue soberano no topo, enquanto Corinthians e São Paulo enfrentam queda significativa em popularidade.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 132 cidades de todas as regiões brasileiras, durante o mês de junho, e foi divulgado pelo jornal O Globo. A pergunta era simples e direta: “Você torce para algum time brasileiro? Qual?” A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Com 21,8% das respostas, o Flamengo manteve sua hegemonia e até aumentou levemente sua base em relação à última pesquisa feita em 2022, quando registrou 21,6%. A estabilidade da torcida rubro-negra contrasta com o cenário dos concorrentes diretos.
O Corinthians, que ocupava a segunda colocação com 15,5%, sofreu a maior queda: agora aparece com 11,9%, sendo superado pelo Palmeiras, que saltou de 12,4% para 14,9% e assumiu a vice-liderança nacional. Já o São Paulo também perdeu força, caindo de 8,5% para 6,7%.
Palmeiras em alta, paulistas em alerta
Os resultados indicam um novo momento no futebol nacional, com os dois clubes paulistas mais tradicionais — Corinthians e São Paulo — enfrentando retração na base de torcedores. Analistas ouvidos pelo O Globo apontam que a falta de modernização na gestão e a escassez de títulos relevantes nos últimos anos podem estar entre os fatores que afastam novos torcedores.
Vasco, Fluminense e o pelotão intermediário
Entre os clubes tradicionais do eixo Rio-SP, o Vasco aparece com 3,5%, empatado com o Grêmio, enquanto o Fluminense surge apenas na 14ª colocação, com 0,9% das menções. No grupo intermediário, estão Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia e Santos.
Já na parte de baixo da tabela, clubes como Atlético-GO, Remo e Vitória mostram a força de torcidas mais regionais, mas ainda resistentes.
Um em cada quatro brasileiros sem time
Um dado que chama atenção é o crescimento da parcela de brasileiros que não torce para nenhum clube. Segundo a pesquisa, 25% dos entrevistados afirmaram não ter time, o que representa um desafio de renovação para o futebol brasileiro. O número evidencia a necessidade dos clubes se conectarem com as novas gerações, especialmente em tempos de competição com outros tipos de entretenimento.
A pesquisa mostra que, embora algumas paixões permaneçam sólidas, o cenário das torcidas está em transformação — e os clubes que souberem entender essas mudanças terão vantagem para construir o futuro do futebol brasileiro.