A Guarda Civil Municipal (GCM) de Ponta Grossa divulgou, neste sábado (19), pouco mais de sete horas do início da ocorrência, detalhes do caso que chocou a cidade nas primeiras horas do dia. A morte de um bebê de apenas dois meses, ocorrida na Rua Catão Monclaro, no Centro, já havia sido antecipada pela reportagem, mas novas informações reveladas pela GCM apontam para um cenário ainda mais grave, envolvendo suspeita de homicídio qualificado e violência doméstica.
Segundo a corporação, por volta das 4h, a mãe da criança correu até a Base Regional da GCM no Parque Ambiental pedindo socorro, com o bebê nos braços. Ela relatou que, ao tentar amamentar o filho por volta das 3h, percebeu que ele estava gelado e com um hematoma roxo próximo ao olho. O SAMU foi acionado imediatamente e o óbito foi constatado no local. O médico indicou sinais compatíveis com agressão ou queda.
Em depoimento aos agentes, a mulher afirmou que havia saído de casa por volta das 23h de sexta-feira (18), deixando o bebê com o pai. Ao retornar, o companheiro disse que a criança havia acabado de mamar, e ela não quis incomodá-lo. Ao notar o estado do bebê horas depois e pedir o telefone do pai para chamar ajuda, foi brutalmente agredida com socos, chutes e golpes de faca, resultando em um corte de cerca de três centímetros na perna direita. Fingindo aceitar a situação, esperou que o agressor adormecesse, pulou o muro da residência e buscou socorro com o bebê.
A residência, localizada em um cortiço, foi visitada pela equipe da GCM. A porta estava apenas encostada. Dentro do imóvel, o pai tentou agredir os guardas, mas foi contido. Inicialmente, ele disse não saber o que havia ocorrido, mas depois afirmou que a criança teria se engasgado por volta das 18h e que, por medo, não pediu ajuda.
A Polícia Científica e o Instituto Médico Legal (IML) foram chamados para perícia e remoção do corpo. A mãe foi atendida por uma equipe do SAMU no local, mas se recusou a ser levada à UPA para sutura da lesão.
O suspeito foi preso em flagrante, teve seus direitos constitucionais informados e foi encaminhado à 13ª Subdivisão Policial, onde está à disposição do delegado de plantão. A Polícia Civil investiga o caso por meio do Setor de Homicídios.
