Governo brasileiro temoroso com possíveis novas sanções dos EUA contra a Venezuela
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Governo brasileiro temoroso com possíveis novas sanções dos EUA contra a Venezuela

03/08/2024 | 12:13 Por Redação MZ

O governo brasileiro está preocupado com a possibilidade de novas sanções econômicas contra a Venezuela após o recente reconhecimento do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, pelos Estados Unidos. A declaração abrupta do Departamento de Estado dos EUA na noite de quinta-feira (1º) pegou o Palácio do Planalto de surpresa não pelo conteúdo, mas pela celeridade com que foi emitida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe já esperavam uma posição mais dura da Casa Branca, mas contavam com um intervalo maior antes de qualquer ação concreta, esperando que a Casa Branca aguardasse uma decisão resolutiva do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano sobre a divulgação das atas das urnas das eleições de 28 de julho.

Na quarta-feira (31), um porta-voz do governo dos EUA havia indicado que a paciência estava se esgotando, preparando o terreno para a declaração mais incisiva do secretário de Estado, Antony Blinken, que reconheceu González Urrutia com base em dados fornecidos pela oposição venezuelana.

O governo brasileiro teme que a resposta americana possa incluir um aumento nas sanções econômicas, o que intensificaria a crise na Venezuela e potencialmente exacerbaria o fluxo de refugiados venezuelanos para o Brasil e outros países da América do Sul.

Tradicionalmente, a diplomacia brasileira é avessa a sanções unilaterais, preferindo ações que recebam o respaldo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O governo Lula está empenhado em tentar persuadir o presidente americano, Joe Biden, a evitar a imposição de novas sanções, pois isso poderia fortalecer ainda mais a influência da Rússia e da China na Venezuela, algo que também não é do interesse dos EUA.

Atualmente, o governo brasileiro aguarda a definição do tom que Lula adotará em uma possível conversa com o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Maduro solicitou um contato com Lula, mas a data ainda não foi marcada. Nos bastidores, a equipe de Lula está cética quanto à divulgação das atas eleitorais, o que complica ainda mais a posição do Brasil e contribui para o atraso na comunicação com o líder venezuelano.

com informações via G1