A tradicional festa será dia 6, mas na terça-feira haverá missa solene e a entronização

A tradicional festa em louvor a São Cristóvão na paróquia do Bairro de Oficinas em Ponta Grossa integra o calendário municipal de eventos. Iniciados em 1952, os festejos estão em sua 71ª edição e atraem à missa, procissão e à bênção de carros perto de cinco mil devotos, todos os anos. A festa da Paróquia São Cristóvão acontece costumeiramente no primeiro domingo de agosto.

Em 2023, será no dia 6, com missa celebrada pelo bispo Dom Sergio Arthur Braschi, às 9 horas. No dia do padroeiro dos motoristas, 25 de julho, haverá missa solene, às 19h30, com a entronização da imagem de São Cristóvão na fachada, em cima da porta principal da igreja, da onde ela foi retirada há aproximadamente cinco anos.      

O pároco da São Cristóvão, padre Leonel Stanski, lembra que o dia de São Cristóvão vai cair em uma terça-feira, quando normalmente as paróquias diocesanas não têm missa. “Mas, é nosso padroeiro. Será celebrada missa solene, às 19h30, e, depois, haverá venda de espetinho, em um momento de confraternização no salão paroquial. Dentro da missa, será recolocada a imagem de São Cristóvão do lado de fora da igreja. Há um espaço onde ela ficava, mas que acabou retirada por questões de vandalismo, ainda antes da pandemia. Ela foi restaurada e não voltou para lá. Será colocada a imagem dentro de uma capela, com iluminação, seguindo o estilo das janelas da igreja”, adianta padre Leonel.

A capela, em madeira nobre, está sendo confeccionada e, na terça-feira, deve estar pronta.     “A tradição diz que quem olhar para a imagem de São Cristóvão, naquele dia, não sofrerá morte súbita. Por isso o santo é padroeiro dos motoristas. Precisamos todo o dia olhar para a imagem. Quem tem o costume de vir à missa todos os dias, vê a imagem no altar, mas muitas pessoas não têm essa possibilidade. E, passando na frente da igreja, vão poder ver a capelinha e contemplar a imagem de São Cristóvão e desse mal será livre, nesse dia”, explica o pároco, contando que a imagem foi retirada da fachada há aproximadamente cinco anos, mas que o nicho para a sua colocação existe desde a criação da igreja.

“Ficava ao relento, sofria a ação do tempo e com pedras jogadas por vândalos. Por isso, foi retirada e restaurada. Fizemos algo mais nobre, mais bonito”, justifica padre Leonel.     No dia 6, após a missa com o bispo Dom Sergio, se iniciará a tradicional carreata e toda a festividade, que sempre acontece no pátio da igreja. Padre Leonel e mais cinco diáconos ficarão abençoando os carros na praça em frente à paróquia, durante todo o dia. Ano passado, a bênção começou às 10 horas e se estendeu até o anoitecer. Calcula-se que entre quatro e cinco mil carros passem pela igreja.

“A comissão organizadora da festa me relatou que tentaram, uma época, contratar o Livro dos Recordes para aferir o número de veículos que passam por aqui e, assim, ganhar o título de a maior procissão do Brasil. Não foi feito por uma questão de custo. Não temos esses dados oficialmente. Mas, se não for a maior, é uma das maiores do País pelo que vemos anualmente. Quando a procissão tem início, o caminhão leva a imagem pelo trajeto de mais ou menos 25 quilômetros e, quando o caminhão está chegando de volta, ainda tem veículos saindo da praça em frente à igreja. A benção é feita durante o todo o dia e quatro mil lembranças (chaveiros, copos, cartões) são entregues. Aos que chegam por último não conseguimos entregar”, argumenta o pároco.

Segundo ele, a bênção é um momento de oração personalizado, para cada veículo que passa. “Eu ficarei o tempo todo ali e terei diáconos me auxiliando, abençoando, até para fazer o trânsito fluir”, acrescenta.

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Devoção     

De acordo com padre Leonel, a paróquia tem a felicidade de ter toda uma história construída, ligada a vila dos ferroviários. “Somos muito agradecidos pelo trabalho feito pelo frei Elias (Eugênio Zulian), há 60 anos. Por conta desse trabalho de evangelização e o envolvimento de toda a comunidade a devoção sempre foi crescendo. São Cristóvão não é exclusivo nosso. Essa devoção está espalhada no mundo inteiro. No Brasil, existem muitas regiões que tem o santo como padroeiro. Mas, aqui, por essa tradição, já são 71 festas celebradas. A devoção cresceu ao longo dos anos”, afirma.

Ainda que o espaço físico seja um pouco limitado, constata o pároco, a paróquia conta com apoio de muitos colaboradores, que ajudam financeiramente, e na logística da festa, como a empresa que cede o caminhão onde é colocada a imagem do santo, e os parceiros que prestam serviço de saúde aos motoristas.    

“Quero convidar a todos que venham festejar conosco. Ano passado, choveu o dia todo e a festa foi um sucesso. O dia todo foi lotado de gente. Foi maravilhosa. Se o tempo colaborar este ano queremos que seja maior ainda”, prevê. Durante todo o dia 6, estão programadas atrações, muitas brincadeiras, binguinho no salão, leilão de prendas no pátio da igreja, exposição de produtos das empresas parceiras e a benção dos veículos durante o dia.

“Quem não puder vir, ao menos passe com o carro para ser abençoado e contemple São Cristóvão”, sugere padre Leonel. A Paróquia São Cristóvão está localizada na rua João Dubois, 75, próximo ao colégio Jesus Divino Operário, em Oficinas.

Diocese de Ponta Grossa