Namíbia planeja abate de animais selvagens para aliviar crise alimentar causada por seca severa
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Namíbia planeja abate de animais selvagens para aliviar crise alimentar causada por seca severa

28/08/2024 | 10:59 Por Redação MZ Modificado em 28, agosto, 2024 11:00

O governo da Namíbia anunciou a decisão de abater 723 animais selvagens, incluindo 83 elefantes, para enfrentar a grave crise alimentar resultante de uma seca extrema que afeta a África Austral. A medida foi divulgada pelo Ministério do Ambiente na segunda-feira, 26 de agosto de 2024.

O plano envolve o abate de animais em parques e áreas comunitárias, onde o número de espécimes ultrapassa a capacidade das pastagens e fontes de água disponíveis. A decisão surge em um contexto de seca severa, que levou o país a esgotar 84% de suas reservas alimentares no último mês, conforme informado pelas Nações Unidas. Estima-se que quase metade da população da Namíbia enfrentará altos níveis de insegurança alimentar nos próximos meses.

O Ministério do Ambiente destacou que a seca está intensificando os conflitos entre seres humanos e animais selvagens. Para mitigar essa situação, além dos 83 elefantes, o plano inclui o abate de 30 hipopótamos, 60 búfalos, 50 impalas, 100 gnus azuis, 300 zebras e 100 elandes. Até agora, 157 animais foram abatidos por caçadores profissionais e empresas contratadas pelo governo, resultando em mais de 56,8 mil quilos de carne.

O ministério defendeu a ação como necessária e alinhada com o mandato constitucional de utilizar os recursos naturais para beneficiar os cidadãos namibianos. “Este exercício é essencial para atender à demanda alimentar e está em conformidade com nosso compromisso de utilizar nossos recursos naturais em benefício do povo da Namíbia”, afirmou o comunicado.

A África Austral, que abriga uma das maiores populações de elefantes do mundo, viu uma significativa mortalidade desses animais no Botswana e no Zimbábue no ano passado devido à seca. A região conta com mais de 200.000 elefantes espalhados por cinco países: Zimbabué, Zâmbia, Botswana, Angola e Namíbia.

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