O número de mortes provocadas pelos incêndios florestais que atingem o Chile desde a última sexta-feira (2) subiu para 112 nesta segunda-feira (5). O novo balanço foi divulgado pelas autoridades locais, que explicaram que os bombeiros ainda estão trabalhando em cerca de 40 focos ainda ativos.
“De acordo com a informação recebida do serviço médico-legal há 112 mortos e 32 corpos identificados”, explicou o porta-voz do Ministério do Interior do Chile, Manuel Monsalve.
Em relação à situação das casas danificadas ou destruídas por causa dos incêndios, Monsalve especificou que, dada a extensão da tragédia, “só foi possível fazer uma projeção através de sobrevoos realizados nas áreas afetadas”.
“Só no município de Viña del Mar são estimadas 12.122 casas com danos de graus variados, enquanto que em Quilpué são estimadas 2.701”, relatou o porta-voz, acrescentando que há potencialmente 31.703 desabrigados em Viña del Mar e 7.825 em Quilpué.
Ao todo, foram registrados 165 focos de incêndio a nível nacional, sendo 40 violentos, desde o último domingo. O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) anunciou ainda que no final do dia de ontem ocorreram três grandes incêndios florestais fora de controle: no Complexo Las Tablas – Reserva Peñuelas (8,5 mil hectares de área afetada); em Lo Moscoso (1,5 mil hectares envolvidos) e em Diga La Luz (120 hectares de vegetação florestal destruída).
Segundo o presidente do Chile, Gabriel Boric, esta é uma “tragédia de grande magnitude”, considerada o pior desastre natural do país desde 2010, quando um terremoto deixou cerca de 500 mortos.
Os incêndios florestais ganharam força no território chileno na última sexta-feira (2), atingindo principalmente as regiões de Viña del Mar e Valparaíso. Os ventos fortes, porém, estão dificultando o combate às chamas e fazendo o fogo se alastrar.
Em publicação no X (antigo Twitter), o governo italiano prestou “toda a nossa solidariedade à nação chilena neste momento de luto nacional”. “Estamos próximos dos familiares das vítimas afetadas pela terrível devastação dos incêndios na região de Valparaíso”, diz o texto do Ministério das Relações Exteriores.
Ontem, o papa Francisco já havia lamentado a tragédia e chegou a rezar pelas vítimas dos incêndios.