Um grupo de senadores e deputados da oposição revelou, durante uma coletiva de imprensa, que pretende obstruir as votações no Senado e na Câmara dos Deputados a partir da próxima semana. O movimento, conforme explicado pelos parlamentares, é uma resposta em defesa do que chamam de “verdadeira democracia”.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) esclareceu que a obstrução começará após a apresentação de um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o senador, o Senado precisa se posicionar de forma institucional para dar uma resposta à sociedade. Ele ressaltou que, embora deputados e representantes da sociedade assinem o pedido de impeachment, os senadores não o farão, já que serão os responsáveis pelo julgamento em uma eventual comissão.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) também participou da coletiva, destacando que já foram coletadas mais de 1,3 milhão de assinaturas em favor do impeachment de Moraes. Girão argumentou que o Senado deve investigar o caso, alegando que existem diversas razões para o impedimento do ministro.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), aproveitou a oportunidade para convocar os cidadãos a assinarem o pedido de impeachment, que, segundo ele, será entregue ao Senado na próxima segunda-feira (9). “Não podemos desistir do Brasil”, declarou Marinho, afirmando que é preciso pressionar aqueles que, segundo ele, estariam agindo fora da lei.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), por sua vez, anunciou que o grupo de oposição se reunirá na segunda-feira para definir a estratégia de obstrução na Câmara dos Deputados. Ela garantiu que o objetivo é “obstruir tudo” em defesa da anistia e da liberdade de expressão. A deputada também criticou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de censurar a plataforma X (antigo Twitter), e acusou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de “avalizar atitudes irresponsáveis e ilegais” do ministro.
Durante a coletiva, o senador Marcos Rogério também apresentou um “Manifesto da Verdadeira Democracia”, onde expressou preocupação com o que chamou de relativização de princípios e garantias constitucionais. O senador enfatizou a necessidade de os parlamentares adotarem posições firmes em defesa do que considera serem os verdadeiros valores democráticos.
