PF prende “Careca do INSS” em operação contra fraudes bilionárias
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PF prende “Careca do INSS” em operação contra fraudes bilionárias

12/09/2025 | 07:59 Por Redação MZ

 

 

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, em mais uma etapa da operação que investiga fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

 

Antunes, apontado como facilitador do esquema, foi detido em Brasília e levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal. Já Camisotti, considerado sócio oculto de entidades ligadas às fraudes, foi preso em São Paulo.

 

Além das prisões, agentes cumprem mandados de busca e apreensão em 13 endereços nos dois estados. Segundo a PF, os investigados podem responder por crimes como obstrução de investigações, dilapidação de patrimônio e atuação em organização criminosa.

 

A operação acontece logo após a CPMI do INSS aprovar a quebra de sigilo dos suspeitos. O senador Izalci Lucas (PL-DF), integrante da comissão, afirmou que relatórios de inteligência já haviam identificado movimentações financeiras incompatíveis com atividades lícitas. Apenas em cinco meses, Antunes teria movimentado R$ 24,5 milhões, além de repasses suspeitos que somam mais de R$ 53 milhões.

 

Esquema bilionário

 

As fraudes, segundo a investigação, ocorreram entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões. O esquema funcionava em três etapas: criação de associações de fachada, pagamento de propina a servidores do INSS para obtenção de dados de beneficiários e uso de assinaturas falsas para autorizar descontos indevidos na folha de pagamento.

 

Entre as entidades citadas estão a Contag, a Cobap, além da Ambec, Unsbras e Cebap, todas supostamente ligadas a Camisotti. Juntas, essas associações teriam movimentado cerca de R$ 1 bilhão, atingindo quase 1 milhão de aposentados e pensionistas em todo o país.

 

As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e recuperar parte dos valores desviados.