Ponta Grossa está dando um passo significativo para buscar o reconhecimento das cervejas com a Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Indicação de Procedência (IP). O movimento, que conta com a participação do Sebrae/PR, do município de Ponta Grossa e da Associação Ponta-grossense da Indústria Cervejeira (Apic), pretende valorizar a produção local e aumentar a visibilidade das cervejarias da região. O Sebrae/PR realizou um diagnóstico detalhado para avaliar o potencial dos produtos, que foi apresentado para a cadeia produtiva nesta quinta-feira (12).
Conforme o gerente da Regional Centro do Sebrae/PR, Michael Douglas Camilo, a IG pode transformar a maneira como os produtos locais são percebidos e comercializados, garantindo autenticidade e qualidade para os consumidores.
“A conquista da IG proporciona uma vantagem competitiva significativa. Para os produtores locais, pode resultar em valorização dos produtos e melhores condições de mercado, além de reforçar a identidade regional. Além disso, vai preservar e promover as tradições culturais e técnicas associadas ao produto, além do estímulo ao turismo”, explica.
O diagnóstico realizado pelo Sebrae/PR revela que as cervejas de Ponta Grossa possuem características únicas que justificam a busca da distinção. Entre os destaques estão a qualidade da água local, que é um diferencial na produção de cervejas da região, e a crescente notoriedade das cervejarias, tanto artesanais quanto industriais, como a Adriática e a Heineken, instaladas no município. A cidade também demonstra crescimento na produção de cervejas, com destaque para eventos locais como a München Fest.
“Acreditamos que Ponta Grossa tem um histórico na produção de cervejas. Uma forma de se posicionar de maneira consolidada no mercado é ter uma IG e ser referência no Brasil e no mundo”, pontua o empresário Rogério Garcia.
Conforme aponta o diagnóstico, juntas, as três cervejarias associadas à Apic enriquecem o mercado regional com suas criações exclusivas e contribuem para a fama crescente das cervejas de Ponta Grossa. Além disso, a presença de grandes players como a Adriática (parte do grupo Ambev) e a Heineken fortalecem ainda mais a reputação da cidade como um polo cervejeiro no Paraná.
Para avançar no processo de obtenção da IG, os produtores de Ponta Grossa precisarão superar alguns desafios. Isso inclui sensibilizar a comunidade local, estabelecer parcerias estratégicas, e criar um Comitê Gestor para coordenar o processo de registro. Além disso, será necessário realizar pesquisas históricas e documentar a notoriedade da região para consolidar a candidatura.
O que é uma Indicação Geográfica?
Indicação Geográfica (IG) é um mecanismo legal que protege produtos que possuem uma ligação específica com uma determinada região geográfica. Na modalidade de Indicação de Procedência (IP), o nome geográfico é protegido por se ter tornado conhecido devido à qualidade ou reputação de um produto fabricado naquela região. No caso da cerveja, isso pode incluir fatores como a qualidade da água local, que é um diferencial importante para as cervejas de Ponta Grossa.
Números no Paraná
Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus, do sul do Paraná; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, que também envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.
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