Câmeras de segurança registraram Marcos Vagner de Souza em uma farmácia dois dias antes do desaparecimento de Isis Victoria Mizerski, uma adolescente de 17 anos de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A jovem, que está grávida, foi vista pela última vez em 6 de junho. Marcos, apontado como o pai do bebê, é o principal suspeito do crime e nega qualquer envolvimento.
De acordo com uma testemunha ouvida pela polícia, Marcos visitou a farmácia em busca de um remédio abortivo. Segundo as investigações, a adolescente desapareceu após sair para se encontrar com Marcos. Em depoimento à polícia, Marcos confirmou o encontro, mas afirmou ter deixado Isis em uma vila da cidade, negando qualquer crime. No entanto, alguns indícios contradizem sua versão.
A funcionária da farmácia que atendeu Marcos em 4 de junho relatou que ele parecia nervoso ao pedir o remédio. “E eu falei, não Marcos isso a gente não vende, é proibido. Daí eu falei, isso daqui é abortivo. Daí ele falou: ‘Ah, é pra uma amiga minha, eu não sei o quê… que me mandaram procurar e tal. […] Eu falei, não Marcos, isso aí não vende, isso daí é proibido, se alguém tomar um negócio desse sem orientação, isso mata a pessoa. A pessoa morre, tem que ver quem que é, preste bem atenção, eu falei pra ele”, disse a funcionária em depoimento.
Marcos também procurou ajuda de outras profissionais de saúde para obter remédios usados para abortos. Em seu depoimento, ele afirmou que foi Isis quem pediu o medicamento. “Todo momento ela queria que eu desse um jeito nessa suposta gravidez, e ela não falou que eu era o pai, ela falou que não sabia quem era o pai. Ela falou que eu tinha sido o último cara que ela tinha ficado. E daí como eu vou falar pra ela, como vou fazer isso aquilo, não tem como, pra ela tirar essa criança”, disse Marcos.
Contudo, familiares de Isis relataram que a adolescente tinha a intenção de ter o bebê e estava escolhendo o nome da criança, apesar de Marcos querer que ela fizesse um aborto. A defesa de Marcos alega que ele buscou orientação sobre o medicamento na farmácia. “Não existe qualquer prova de que o Marcos tenha ministrado, tenha dado à Ísis esses medicamentos abortivos naquele dia e naquele momento. O Marcos nega que ele tenha feito qualquer coisa nesse sentido”, afirmou o advogado Tainan Laskos.
Marcos está preso temporariamente desde 17 de junho. A prisão, que venceria em 17 de julho, foi prorrogada por mais 30 dias. A defesa de Marcos discorda da decisão e afirma que a polícia não apresentou novos indícios contra ele. Para o advogado da família de Isis, a prorrogação da prisão indica que as investigações estão avançando para esclarecer o paradeiro da jovem.
Com informações: G1 Paraná