TJPR reconhece erro por mandado de prisão contra jornalista Leonardo Sakamoto
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TJPR reconhece erro por mandado de prisão contra jornalista Leonardo Sakamoto

17/06/2025 | 10:14 Por redacao mz

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) oficiou a desembargadora Lidia Maejima, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, em razão de um erro das instituições que causou grave prejuízo ao jornalista Leonardo Sakamoto. O repórter do UOL foi parado duas vezes pela Polícia Civil de São Paulo, em razão de um mandado de prisão emitido com seu CPF, mas que se tratava de uma mulher de 27 anos acusada de homicídio. O processo judicial é originário da Justiça do Paraná, de onde foi emitido o mandado.

A presidente do TJPR respondeu ao pedido de explicações da Abraji dizendo que “apresenta escusas pelo ocorrido” e informando que serão tomadas medidas para investigar os fatos e verificar a responsabilização dos possíveis equívocos ocorridos. O caso foi encaminhado para a comarca do caso, para a Secretaria Judiciária e a Corregedoria-Geral da Justiça, para providências e esclarecimentos, de acordo com a magistrada.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo acusou o recebimento do ofício, mas até o momento desta publicação não deu nenhuma resposta.

Além do grave erro, a abordagem da polícia paulista chamou atenção pelo uso de fuzis e outras armas apontadas diretamente para Sakamoto. A solução apresentada pela polícia foi que o profissional deixasse de utilizar o seu carro, porque estava vinculado ao seu CPF e seria continuamente interceptado por policiais.

O UOL apurou o caso e afirmou que não havia nenhuma semelhança entre a pessoa procurada e o jornalista. Os números do CPF de ambos não se assemelham. Além disso, há os mecanismos de segurança e autenticidade do CPF como os dois dígitos verificadores, gerados por fórmula matemática, que impediriam, em tese, um equívoco desse tipo.

O jornalista Leonardo Sakamoto é reconhecido por sua trajetória profissional de excelência e também por fazer investigações em temas que afetam o interesse de grupos poderosos. E há um histórico de ataques e violações à sua liberdade de imprensa e tentativas de intimidação ao seu trabalho jornalístico.

A Abraji chama atenção para o caso por sua gravidade, visto que a abordagem e o erro na investigação, que já causaram danos ao jornalista, poderiam ter consequências ainda mais graves. A organização reafirma o pedido para que a Secretaria de Segurança de São Paulo apresente explicações sobre o ocorrido e indique as medidas tomadas para elucidar os fatos e identificar os responsáveis.