Trump adia tarifaço prometido para 1º de agosto e mercado global reage com instabilidade
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Trump adia tarifaço prometido para 1º de agosto e mercado global reage com instabilidade

02/08/2025 | 16:26 Por redacao mz

Apesar de ter repetido várias vezes que 1º de agosto seria o prazo final e inadiável para a entrada em vigor do novo pacote de tarifas comerciais dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump optou por adiar a medida para o dia 7 de agosto, próxima quinta-feira. A decisão consta em uma ordem executiva assinada nesta quinta-feira (31), que estabelece alíquotas entre 10% e 41% para uma série de países, com aplicação sete dias após a publicação do decreto.

O Brasil aparece na lista com uma tarifa recíproca de 10%, mas na véspera, na quarta-feira (30), Trump anunciou que essa alíquota será majorada em 40 pontos percentuais, elevando o total para 50% sobre produtos importados brasileiros.

O documento assinado nesta quinta reconfigura as tarifas anunciadas em 2 de abril, em um episódio que Trump nomeou como “Dia da Libertação”, quando lançou a primeira leva de sanções comerciais em sua nova política de “proteção industrial americana”. Uma semana após aquele anúncio, o republicano suspendeu os efeitos das medidas por 90 dias, alegando que daria tempo para negociações diplomáticas com os países afetados.

Durante esse período, os Estados Unidos enfrentaram tensões acirradas com a China, uma sequência de retaliações e contra-retaliações com México e Canadá, avanços lentos em tratativas com o Japão e a União Europeia, além de ameaças verbais a nações consideradas “antiamericanas” por Trump.

Embora o tarifaço devesse entrar em vigor integralmente no início de julho, Trump voltou a postergar o início da medida, afirmando que havia progresso em algumas negociações comerciais bilaterais. O vai-e-vem nas decisões tem provocado incertezas nos mercados financeiros internacionais, especialmente em tempos de alta volatilidade geopolítica.

Na noite desta quinta-feira (31), já no horário de Brasília, os mercados asiáticos reagiam negativamente: o índice Nikkei 225, do Japão, registrava queda de 0,43%; o Kospi, da Coreia do Sul, caía 3%; o Hang Seng, de Hong Kong, recuava 0,09%; e o SSE Composite, de Xangai, tinha baixa de 0,08%.

Na Europa, o índice Stoxx 600 projetava uma retração de 0,75% antes da abertura do pregão. Já nos Estados Unidos, os índices futuros sinalizavam uma manhã de sexta-feira negativa, com quedas de 0,11% no Dow Jones e 0,21% no Nasdaq. O clima geral é de insegurança entre investidores, diante da condução errática da política comercial norte-americana.