VCG diz que não vê conflito com Código de Defesa do Consumidor e que continuará cobrando a passagem via cartões ou dinheiro no terminal
Ponta Grossa Vitrine

VCG diz que não vê conflito com Código de Defesa do Consumidor e que continuará cobrando a passagem via cartões ou dinheiro no terminal

30/12/2024 | 02:40 Por Redação MZ

A partir do dia 1º de janeiro de 2025, o transporte público de Ponta Grossa não aceitará nos ônibus em circulação moeda corrente. Leia mais aqui: PG anuncia que meios de transportes públicos não aceitarão dinheiro em espécie na cobrança da tarifa – MZ Notícia
O Mz Notícias ouviu especialistas que apontaram que a determinação da prefeitura de Ponta Grossa sobre a nova modalidade de cobrança da tarifa por parte da Viação dos Campos Gerais (VCG) estaria em conflito com a Lei 8.078/90, do Código de Defesa do Consumidor, que diz que a recusa de receber dinheiro em espécie é uma infração. Leia mais aqui:  Transporte público de PG fere lei do Código do Consumidor ao não aceitar moeda nacional, diz especialista.
A Gerente de comunicação da VCG, Cris Dresch, explicou que essa é uma determinação da Prefeitura de Ponta Grossa: “Primeiro a gente precisa deixar claro que não é uma ideia da VCG, essa é uma determinação do poder público que é o gestor responsável pelo sistema de transporte coletivo de Ponta Grossa. Nós recebemos um ofício no início do mês de dezembro, sinalizando que a partir do dia 01 de janeiro, o transporte coletivo, especificamente os ônibus, deixariam de operar com o recebimento por dinheiro”.
Questionada sobre o conflito da determinação com o Código de Defesa do Consumidor, Dresch diz que não vê conflito e que a empresa continuará cobrando a passagem, mas via cartões ou dinheiro via terminal.
“Não existe conflito! A gente não está dizendo que não vai mais receber em dinheiro. Se a pessoa faz questão em pagar em dinheiro, e só usa moeda corrente,. ela precisa ir em um dos terminais e carregar um cartão do conecta PG com dinheiro. Ela pode pagar com boleto bancário, ou pode fazer um PIX. Então não existe um conflito, porque eu não deixo de receber em dinheiro. Eu só mudo o modelo e adequo ao novo sistema”, explicou.
A reportagem perguntou sobre as pessoas que vem de outras cidades e que não têm o cartão Conecta PG, a gestora disse que infelizmente essas pessoas não conseguiriam acessar o transporte público, e somente poderiam acessar via terminais. “Aí ela não pode usar o sistema de transporte coletivo. A nossa regra determinada pelo poder concedente a partir do dia 1º de janeiro é apenas com os cartões de débito, crédito ou com os cartões de bilhetagem eletrônica. Se ela [o usuário do transporte coletivo] só paga em dinheiro, aí precisa acessar o transporte coletivo via terminais. Nos terminais ainda temos trocadores”, ponderou Dresch.

A falta de trocadores 
Perguntamos ainda se a empresa vê essa medida da Prefeitura como consequência da demissão dos cobradores e no atraso da frota quando circula pela cidade, Cris Dresch concordou: “São diversos fatores. No início deste ano de 2024, lá em fevereiro, nós começamos, também por uma determinação do poder público, a retirar os trocadores do dia a dia da operação, e isso aconteceu até o final do mês passado. Uma das medidas é em virtude de não termos mais trocadores, outro ponto é que em medida que eu tenho a digitalização do modelo de pagamento, eu deixo o transporte coletivo mais ágil”, explicou.
Dresch disse também que os motoristas não podem ficar trocando dinheiro, pois isso seria perigoso para o trânsito na cidade, já que poderia tirar atenção dos condutores dos ônibus. “O motorista pode usar 100% de sua atenção, do seu foco, na operação e não precisa mais fazer a cobrança”, ponderou a gestora.
A VCG explicou ainda que a determinação de não usar dinheiro na cobrança da tarifa, já é a realidade de outras cidades. “Lembrando essa medida de pagamento com cartões, sem a circulação de dinheiro não é uma exclusividade de Ponta Grossa, ela já existe em diversas cidades do Brasil, já é feito dessa forma e agora essa medida chega para nossa cidade”, finalizou Cris Dresch.

Escute a entrevista na íntegra

2 Comentários

Você tem algum comentário, dúvida ou opinião? Conta pra gente!