A Polícia Federal prendeu o vereador Genilson Costa (Republicanos), presidente da Câmara de Boa Vista, e o coronel Francisco das Chagas Lisboa, subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima. A operação investiga o uso de dinheiro proveniente do tráfico de drogas para a compra de votos nas eleições municipais de 2024.
A prisão de Genilson ocorreu na quarta-feira (18), um dia após sua diplomação como vereador reeleito. Mesmo diplomado, o vereador não se escapou desta nova acusação. As investigações apontam que ele teria utilizado recursos do tráfico para garantir sua reeleição, comprando votos de eleitores em Boa Vista. Lisboa, por sua vez, teria vazado informações sobre as investigações, comprometendo o sigilo das comunicações da PM.
A PF estima que cerca de R$ 1 milhão foi usado na fraude eleitoral. O esquema começou a ser investigado após a prisão de dez pessoas em outubro, acusadas de cooptar eleitores em troca de dinheiro, com valores entre R$ 100 e R$ 150 por voto.
Além da compra de votos, Genilson é suspeito de lavagem de dinheiro e posse ilegal de ouro em forma bruta. Ele já havia sido preso em flagrante anteriormente, mas foi liberado após obter habeas corpus.
O inquérito também revela que o vereador recebeu apoio financeiro do tráfico de drogas para o exercício de suas funções. Genilson mantinha um grupo em aplicativo de mensagens para controlar o esquema e prestar contas das transações ilícitas.
A compra de votos infelizmente acontece com muita frequência nas eleições municipais em todo o país. Somente no último pleito, em outubro, a Polícia Federal contabilizou R$ 22.751.758 apreendidos, com boa parte a ser utilizada para este tipo de crime.