Quem é a suplente de vereadora pelo PT presa em operação contra o tráfico de drogas
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Quem é a suplente de vereadora pelo PT presa em operação contra o tráfico de drogas

07/08/2024 | 14:13 Por Redação MZ Modificado em 07, agosto, 2024 2:13


Janaína da Conceição Cerqueira Xavier – Foto: Reprodução/Site TSE

A suplente de vereador pelo PT em São Paulo (SP) Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, de 44 anos, foi presa na operação Salus et Dignitas, na terça-feira, 6. Ela é suspeita de tráfico de drogas na região da cracolândia (local com grande fluxo de usuário de drogas), na capital paulista

 

Candidata a vereadora pelo PT em 2020, Janaína recebeu 238 votos nominais, insuficientes para elegê-la. Conhecida por liderar uma ocupação no centro da cidade, a então candidata não declarou nenhum bem à Justiça Eleitoral.

Durante a campanha, ela recebeu R$ 27.522,05 da direção municipal do PT e declarou  R$ 23 mil de despesas ao longo da campanha. Nos atestados de antecedentes criminais que ela entregou também à Justiça Eleitoral, não consta nenhum tipo de condenação até agosto de 2020.

 

Ainda segundo os dados divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 2020, a candidata informou ter ensino fundamental incompleto e ter nascido na cidade de São Paulo. As redes sociais que a agora suplente havia informado estão fora do ar ou não divulgam mais informações sobre Janaína.

 

Em nota, o PT confirmou que Janaína Xavier se candidatou pelo partido, mas que “nunca teve atividade” na legenda. “Ela se filiou no dia 25 de abril de 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua, recebeu 238 votos e nunca mais participou de atividades partidárias”, afirmou.

 

“Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela. O PT defende as investigações e que os culpados sejam punidos conforme a lei”, completou o Partido dos Trabalhadores, em nota.

 

Salus et Dignitas

A operação desta terça, batizada de Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade, em latim) teve como alvos principais grupos de policiais e guardas civis metropolitanos que, organizados em milícias, realizavam a extorsão de comerciantes em troca de segurança e proteção contra a violência que domina o centro da capital paulista.

 

A investigação constatou a existência de um “ecossistema de atividades ilícitas”. Além da milícia formada para impor a cobrança de segurança dos comerciantes e da distribuição de drogas na Cracolândia, esse ecossistema criminoso inclui ainda o comércio de peças de carros e de motos, a receptação de celulares roubados e a venda de armas em uma rede de hotéis, lojas, ferros-velhos e estacionamentos.

 

Além disso, foi detectada também uma rede de prostituição em hotéis e uso pela indústria de reciclagem de produto fruto de trabalho infantil e de usuários de droga, que são pagos com pedras de crack e cachaça.

 

“O estágio atual de deterioração e degradação moral, com violações sistêmicas a direitos humanos básicos e de numerosas práticas criminosas, constitui uma das questões mais complexas e desafiadoras ao Estado brasileiro”, afirmaram os promotores.

 

A região é marcada pelo domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) e pelas cenas de uso de drogas pelos dependentes químicos da chamada Cracolândia.

 

A ação policial foi coordenada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), que esteve à frente das investigações.

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