PG celebra abertura da Campanha da Fraternidade 2025 na quarta-feira de Cinzas
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PG celebra abertura da Campanha da Fraternidade 2025 na quarta-feira de Cinzas

28/02/2025 | 23:41 Por Redação MZ

A Campanha da Fraternidade de 2025 será aberta em todo o Brasil na Quarta-Feira de Cinzas (5). Na Diocese de Ponta Grossa, a cerimônia de abertura vai acontecer às 9 horas, presidida pelo bispo Dom Bruno Elizeu Versari, no Convento Bom Jesus, no Bairro Uvaranas. O tema da Campanha da Fraternidade este ano é ‘Fraternidade e Ecologia Integral’, com o lema ‘Deus viu que tudo era muito bom’ (Gn 1,31)’.

A escolha do tema da Campanha foi motivada pelos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis; pelos dez anos de publicação da Carta Encíclica Laudato Si’; pela recente publicação da Exortação Apostólica Laudate Deum; pelos dez anos de criação da Rede Eclesial PanAmazônica (REPAM) e pela realização da COP 30, em Belém (Pará). Inspirada também pelo magistério do Papa Francisco, a Campanha desafia as comunidades a serem protagonistas na defesa do meio ambiente e na promoção da justiça socioambiental. A Campanha da Fraternidade 2025 é um convite para que todos – Igreja e sociedade – unam esforços em prol de um mundo mais sustentável e fraterno.

Este ano, para sediar a Coletiva de Imprensa de abertura da Campanha, a Diocese de Ponta Grossa está organizando um evento envolvente, em um lugar inspirador, e alinhado à proposta da CF 2025: o convento franciscano, em Uvaranas. Dom Bruno e equipe de coordenadores diocesanos da Campanha irão recepcionar os profissionais da imprensa no claustro do convento. Junto a abertura, ainda haverá o detalhamento de iniciativas ecológicas e sustentáveis realizadas em nossa Diocese, como a transformação do óleo de cozinha usado em sabão, reciclagem de plásticos, e substituição de objetos descartáveis por duráveis em festas, confraternizações e até na Catequese.

Ações     

Desenvolvido pela Caritas Diocesana desde 2021, o Projeto Sabão Solidário já tirou do meio ambiente 6.900 litros de óleo de cozinha usado. Depois de arrecadado, esse óleo foi processado e se transformou em mais de 44 mil barras de sabão. Comercializado a R$ 3 a unidade, o sabão resultou em mais de R$ 30 mil, que ajudam na manutenção da Caritas. O volume se refere ao período de 2021 a 2024.

Outra vertente de atuação da Diocese de Ponta Grossa é a energia solar.  Energia limpa, renovável e sustentável, ela é obtida diretamente do sol, sem emitir poluentes na atmosfera. A energia solar contribui para a redução do uso de combustíveis fósseis, ajuda a combater as mudanças climáticas, não gera resíduos, tem baixa necessidade de manutenção, não faz barulho, é uma opção econômica, podendo reduzir a conta de luz em até 95% e é uma boa opção para regiões sem distribuição de energia convencional, além de valorizar os imóveis.

Em dados de junho de 2024, seis paróquias utilizam algum meio de sustentabilidade. Na Catedral/Paróquia Sant’Ana, desde novembro de 2023, existem 41 módulos e dois inversores, o que fez com que a conta de energia elétrica reduzisse em 80% aproximadamente. Na Paróquia Santa Rita de Cássia, a igreja matriz utiliza energia solar. São 12 placas desde o final de 2022. A iniciativa diminuiu pela metade o valor das contas de energia. A matriz também reaproveita a água da chuva em uma caixa d’agua para lavagem das calçadas e limpezas.

A matriz da Paróquia Nossa Senhora da Luz, de Irati, conta com 28 placas para captação de energia solar, há dois anos. A redução na conta de energia elétrica foi de R$ 600 para R$ 128. Ainda em Irati, Paróquia São João Batista, na matriz, há uma cisterna em que fazem revezamento: parte do mês, água do poço, outra parte do mês, água da rua. Só não é usado para tomar. Em 2022, a paróquia adquiriu placas solares, o que diminuiu em perto de 90% do que gastavam com energia.

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Ponta Grossa, tem painel de energia solar: um gerador, instalado no Centro Pastoral, desde 2020. Reduziu conta de energia de R$ 800 para, no máximo R$ 220. E, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Ponta Grossa, o sistema de energia solar conta com 32 placas, há cinco anos. Atende a capela, centro pastoral e salão paroquial. O valor da conta de luz caiu em 80%.

Campanha

De acordo com o tema ‘Fraternidade e ecologia integral’ e o lema ‘Deus viu que tudo era muito bom’ (Gn 1,31), o texto evoca a inter-relação entre o Criador e toda a criação, destacando o ser humano como protagonista do cuidado. A ele foi dada a missão de guardião responsável pela Casa Comum, na qual, dentro de uma cosmovisão integradora, se devem conjugar as dimensões ambiental, antropológica e teológica

O objetivo geral da Campanha 2025 é claro: ‘promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra’. A Campanha busca promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.

Entre os objetivos específicos está reconhecer o caminho percorrido e as ações já iniciadas com a Encíclica Laudato Si’ (LS) e o Sínodo da Amazônia, em vista do seu fortalecimento e continuidade; denunciar os males que o modo de vida atual impõe ao planeta e que tem gerado uma “complexa crise socioambiental” (LS 135), dado que em nossa Casa Comum “tudo está interligado” (LS 16); apontar as causas da grave crise climática global, a urgência de alteração profunda nos nossos modos de vida e as “falsas soluções” (LS 54) fomentadas em nome da transição energética; aprofundar o conhecimento do “Evangelho da Criação” (LS, Cap. II), valorizando a dimensão trinitária da fé cristã e recuperando o horizonte bíblico da aliança universal que envolve todas as criaturas (Gn 8-9); explicitar a Doutrina Social da Igreja e assumir o compromisso com a conversão integral, para a superação do pecado, em todas as suas manifestações.

Ainda vivenciar as propostas do Ano Jubilar em vista de novas relações do ser humano com Deus e suas criaturas, consigo mesmo e com o próximo; propor a Ecologia Integral como perspectiva de conversão e elemento transversal às dimensões litúrgica, catequética e sociotransformadora do compromisso cristão; incentivar as pastorais e os movimentos socioambientais, em articulação com outras Igrejas e Religiões, sociedade civil, povos originários e comunidades tradicionais, em vista da justiça socioambiental e da atuação socioeducativa; promover e apoiar ações efetivas que visem à mudança do modelo econômico que ameaça a vida em nossa Casa Comum, e apoiar os atingidos por catástrofes naturais e as vítimas dos crimes ambientais em sua busca por reparação e justiça;

A Ecologia é a questão mais tratada pelas Campanhas da Fraternidade ao longo destes 61 anos de existência. Foram oito as Campanhas que de alguma forma abordaram essa temática:

na CF 1979, Por um mundo mais humano: Preserve o que é de todos”;

na CF 1986, Fraternidade e a Terra: Terra de Deus, terra de irmãos;

na CF 2002, Fraternidade e povos indígenas: Por uma terra sem males;

na CF 2004, Fraternidade e água: Água, fonte de vida;

na CF 2007, Fraternidade e Amazônia: vida e missão neste chão;

na CF 2011, Fraternidade e a Vida no Planeta: “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8,22);

na CF 2016, Casa comum, nossa responsabilidade: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,17) e

na CF 2017, Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida: “Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2,15).

Informações: Assessoria de Comunicação Diocese de Ponta Grossa

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