Apagão atinge várias regiões do Brasil após incêndio em subestação no Paraná
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Apagão atinge várias regiões do Brasil após incêndio em subestação no Paraná

14/10/2025 | 13:24 Por Redação MZ


Na madrugada desta terça-feira (14), um incêndio em um reator do sistema de transmissão da subestação de Bateias, no município de Campo Largo (PR), provocou um apagão em várias regiões do Brasil. O incidente ocorreu às 0h32 e levou ao desligamento completo da instalação, afetando o fornecimento de energia em diversos estados do país.

 

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as regiões mais impactadas foram o Sudeste, Sul, Norte e Nordeste. Os estados com maiores registros de interrupção foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, mas também houve relatos de falta de energia na Bahia, Ceará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pará, Amapá, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia e no Distrito Federal.

 

Em São Paulo, 937 mil clientes da Enel ficaram sem energia por cerca de oito minutos, com a situação normalizada por volta das 0h40. No Rio de Janeiro, 727 mil consumidores foram afetados, sendo 450 mil da Light e 277 mil da Enel. A Light informou que 11 subestações foram desligadas, afetando principalmente a Baixada Fluminense e as zonas norte e oeste da capital. O fornecimento foi restabelecido às 1h05 pela Light e às 1h22 pela Enel.

 

No Norte, a Amazonas Energia registrou interrupções em Manaus, Parintins e Itacoatiara a partir das 23h32 da segunda-feira (13). A normalização teve início pouco depois da meia-noite, com autorização do ONS.

 

O Rio Grande do Norte teve 26% dos seus consumidores afetados, segundo a Neoenergia Cosern, com restabelecimento concluído à 1h da madrugada. A Equatorial também relatou interrupções por volta das 0h30 em suas distribuidoras no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Goiás, Amapá e Rio Grande do Sul. A recomposição foi finalizada até 1h30.

 

Segundo o ONS, o incidente levou à perda de cerca de 10 gigawatts (GW) de carga no sistema. Especificamente, foram interrompidos 1.600 MW no Sul, 1.900 MW no Nordeste, 1.600 MW no Norte e 4.800 MW no Sudeste. A título de comparação, a usina de Itaipu tem capacidade para gerar até 14.000 MW.

 

O corte foi realizado automaticamente pelo Erac (Esquema Regional de Alívio de Carga), sistema de proteção que atua para equilibrar a carga e geração de energia diante de falhas severas. O excesso de geração na região Sul e o déficit no restante do país exigiram ação coordenada entre o ONS e os agentes do setor para estabilização do sistema.

 

A subestação de Bateias, onde ocorreu o incêndio, é um ponto estratégico da rede elétrica nacional. Ela recebe energia em alta tensão e a converte para distribuição, além de funcionar como elo entre diversas linhas de transmissão, garantindo a segurança operacional do sistema no Sul do país. A unidade é operada pela Copel, mas o equipamento atingido pelo fogo pertence à Furnas, do grupo Eletrobras.

 

O incêndio foi controlado ainda na madrugada pelo Corpo de Bombeiros, e segundo a Copel, nenhum outro equipamento da empresa ou de outras operadoras presentes na subestação foi danificado. A Eletrobras informou que as causas do incêndio estão sendo investigadas.

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou que o apagão tenha sido causado por falta de energia, como nos episódios de 2001 e 2021. “Hoje temos muita energia. O problema foi na infraestrutura”, afirmou em entrevista ao programa *Bom Dia, Ministro*, do CanalGov.

 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também informou que abrirá um procedimento para apurar detalhadamente o que provocou o incêndio. Segundo o diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, a atuação dos sistemas de proteção indica que os mecanismos de segurança funcionaram como previsto.

 

Uma reunião preliminar com os principais agentes do setor está marcada para as 11h desta terça-feira. O ONS deve divulgar até sexta-feira (17) um relatório com informações detalhadas sobre a ocorrência.