Detentos do Presídio Hildebrando de Souza encaminharam uma carta aberta ao jornalismo do Portal MZ Notícia relatando uma série de denúncias sobre violações de direitos dentro da unidade prisional. No documento, escrito à mão, os presos pedem ajuda, socorro e intervenção de autoridades competentes, imprensa e canais de informação.
No relato, os detentos afirmam que suas famílias estão sendo roubadas ao enviarem os chamados “jumbos” — pacotes com alimentos e itens de higiene. Segundo a denúncia, parte do conteúdo não chega aos destinatários, sendo retido por agentes da empresa responsável pela entrega. Entre os itens mencionados estariam café, chocolate e até materiais de artesanato enviados para confecção de amigurumis.
A carta também denuncia falhas graves no atendimento à saúde, alegando que apenas em casos extremos, como morte ou situações críticas, os presos conseguem acesso a atendimento odontológico ou médico. Além disso, os detentos afirmam que correspondências destinadas à assistente social não são entregues.
Sobre as visitas, os presos relatam falta de equidade. Segundo o texto, alguns detentos têm direito a duas visitas no mesmo dia — uma presencial e outra por vídeo — enquanto outros precisam aguardar 30 dias sem contato com familiares. “Alguns de nós têm familiares doentes, que não podem vir aqui. Tentamos por vídeo, mas temos que ficar 30 dias sem visita, por quê uns podem e outros não?”, questionam.
Os autores da carta agradecem à equipe do SOE (Setor de Operações Especiais), mencionando que, durante operações, os agentes não confiscam pertences ou encomendas enviadas pelas famílias.
Por fim, os detentos fazem um apelo à sociedade: “A maior parte da sociedade aí fora nos quer mortos, por nós estar aqui. Mas nosso povo é por nós e ajuda. Nós erramos muito e estamos pagando o erro”. Eles encerram a carta dizendo ser difícil buscar ressocialização diante do sentimento de injustiça: “Difícil ressocializar é ver nosso povo sendo roubado por quem deveria ser exemplo”.
O Portal MZ Notícia tenta contato com a direção do presídio e com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP-PR) para obter um posicionamento oficial sobre as denúncias apresentadas na carta. Assim que houver retorno, as informações serão atualizadas.
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