O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu luz verde para a Ucrânia usar mísseis de longo alcance fornecidos pelos americanos contra alvos no território da Rússia, uma medida que intensifica o apoio militar de Washington à resistência ucraniana no conflito que se arrasta desde 2014 e se agravou em 2022. A decisão foi anunciada em um momento crítico da guerra, quando o Kremlin reforça sua presença militar no sul da Rússia, especialmente em Kursk, uma região estratégica na fronteira com a Ucrânia.
Em reação à notícia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou sua conta oficial no Telegram para deixar claro que a resposta de sua nação será direta e contundente: “Ataques não são feitos com palavras. Essas coisas não se anunciam. Os mísseis falarão por si mesmos”, disse Zelensky, em um vídeo publicado neste domingo (17).
Estima-se que os mísseis fornecidos pelos Estados Unidos tenham um alcance de até 320 km, o que possibilita ataques a áreas no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia. A liberação para o uso dessa tecnologia é vista como uma escalada significativa no apoio de Washington à guerra, especialmente em um momento em que a contraofensiva ucraniana na região de Kursk parece estar estagnada desde o meio deste ano.
Segundo fontes do governo americano, a Ucrânia concentrará o uso dos mísseis em Kursk, onde as forças russas têm reforçado suas tropas para repelir os avanços ucranianos. A cidade estratégica no sul da Rússia tem sido um ponto crucial na disputa, com os ucranianos buscando impedir que a Rússia use a região como uma moeda de troca em eventuais negociações de paz no futuro.
A intenção por trás da liberação do uso dos mísseis de longo alcance é garantir que a Ucrânia possa manter a pressão sobre Kursk e dificultar o avanço russo, prolongando a resistência ucraniana em uma área que poderia se tornar vital em qualquer acordo de paz posterior. No entanto, a incursão ucraniana na região está estagnada há meses, com poucos avanços em meio à forte resistência russa.
Este movimento ocorre enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, continua a reforçar sua presença militar no sul do país. Quase 50 mil soldados foram enviados para a área de Kursk, onde a Rússia tem tentado conter a Ucrânia, que já havia lançado uma contraofensiva significativa na região no início de 2024. A medida reflete não apenas a disputa territorial, mas também uma estratégia mais ampla de controle sobre áreas que poderiam ter um papel crucial nas futuras negociações de paz.