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Facções do Equador reagiram a plano de presidente contra o crime

10/01/2024 | 11:58 Por Redação MZ Modificado em 10, janeiro, 2024 11:58

Na tentativa de assegurar o controle do país, o presidente Daniel Noboa declarou, por meio de decreto, o estado de conflito armado interno no Equador; ou seja, guerra contra o crime organizado e o narcotráfico, que o desafiaram abertamente com ataques a emissoras de TV, hospitais, universidades e explosões em vias públicas.

Noboa nomeou duas dezenas de grupos como terroristas e deu aval aos militares para combatê-los.

De acordo com o Crisis Group, é essa a situação da nação que se transformou na mais violenta do continente, que nos últimos sete anos registrou aumento de 500% na taxa de homicídios, 80% deles relacionados às gangues,

O epicentro da atuação desses grupos está em Guayaquil, onde operam livremente de dentro das penitenciárias, denotando a corrupção no sistema prisional.

Herdeiro de uma fortuna produzida no comércio de bananas e eleito em novembro como o mais jovem presidente do país, o empresário Daniel Noboa, de 35 anos, prometeu agilizar reformas para combater as máfias e reduzir a criminalidade. A campanha eleitoral revelou-se violenta e marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, durante um comício.

Na semana passada, o presidente de centro-direita propôs um referendo de 11 perguntas com medidas de segurança mais rigorosas, que visavam a garantir o apoio da população à intervenção militar no combate ao crime, com penas mais severas para os crimes graves, como homicídio, tráfico, terrorismo, lavagem de dinheiro, mineração ilegal ou a contratação de um assassino.

“É possível combater o crime, ter um sistema de justiça que responda com penas mais duras e firmes e, acima de tudo, criar novos empregos para o Equador. Todos devemos contribuir para fazer o país avançar”, argumentou o presidente. Ele enviou o projeto ao Tribunal Constitucional, que teria 20 dias para responder sobre o referendo.

Um mês depois da posse do presidente, pelo menos duas dúzias de juízes e altos funcionários de segurança foram presos, após uma megaoperação no Conselho Judiciário. Wilman Terán, o presidente do órgão, que regulamenta a atuação de tribunais e juízes, e Pablo Ramírez, o ex-diretor nacional de prisões, estavam entre os presos.

Noboa cumpria, assim, a ameaça de “nomear e envergonhar juízes e procuradores que permitiam que criminosos saíssem em liberdade das prisões”. Ele anunciou a construção de novas prisões e a transferência dos criminosos mais perigosos para barcos prisionais, que seriam ancorados em alto-mar, a 130 quilômetros da costa.

O presidente chegou a divulgar, numa entrevista, naquele mês, que um dos grupos criminosos havia proposto um acordo de paz.

As fugas dos chefes dos grupos Los Choneros e Los Lobos de duas prisões consideradas de segurança máxima, seguidas da erupção do caos no país, mostraram que Noboa exagerou no otimismo em relação ao sucesso de sua estratégia. Mas anteciparam as medidas de intervenção militar para combater os cartéis da droga.

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