O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha dia a dia a movimentação no Senado para a sabatina do advogado Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para a próxima quarta-feira, 21. Na contabilidade do Palácio do Planalto, Zanin tem bem mais do que os 41 votos necessários para ser aprovado pelo plenário do Senado e ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mesmo assim, antes de embarcar para uma viagem internacional, Lula quer informações sobre o ambiente político para a votação. É por isso que ele vai se reunir nesta segunda-feira, 19, com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no Palácio da Alvorada.
A conversa foi marcada após Lula se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta, 16. O presidente tenta construir um novo modelo de relacionamento com o Congresso, após o Centrão da Câmara pressioná-lo a liberar cargos e emendas parlamentares.
Alcolumbre prometeu a Lula ajudar Zanin a angariar votos. Cumpriu o combinado e, ao que tudo indica, até mesmo as resistências pelo fato de Zanin ter sido o advogado que defendeu o petista na Lava Jato foram amenizadas.
“Ele nos pareceu uma pessoa preparada, que defende os valores da família”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. A votação, porém, passa pelo crivo apenas do Senado. Pelos cálculos apresentados a Lula, Zanin deve ter de 50 a 55 votos em um plenário de 81 senadores.
Após essa etapa, Alcolumbre vai trabalhar para que Lula indique Pacheco à segunda vaga do Supremo, em outubro, quando se aposenta a presidente da Corte, Rosa Weber. Com isso, Alcolumbre poderá concorrer a um mandato-tampão ao comando do Senado e ainda tentar se reeleger duas vezes. Não será tarefa fácil.