A morte de um recém-nascido por dengue no Paraná destacou uma rara forma de transmissão da doença: da gestante para o bebê. A médica infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, Camila Lopes Ahrens, afirmou que essa modalidade de contágio não é comum.

“A transmissão nesses casos pode ocorrer de duas formas, pode atravessar a barreira placentária e infectar o bebê ainda no útero e a transmissão no parto, especialmente se a mãe estiver na fase aguda da doença onde há quantidade grande de vírus no sangue”, explicou a profissional.

De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgado na terça-feira (25), a vítima, um bebê, morreu horas após o nascimento. A mãe, diagnosticada com dengue, foi internada em Marechal Cândido Rondon e deu à luz em Toledo. O bebê, nascido por cesariana, foi imediatamente encaminhado à UTI Neonatal devido à parada cardiorrespiratória e diagnóstico de dengue, mas infelizmente não sobreviveu.

O informe da Secretaria de Saúde não detalhou se a transmissão ocorreu via placenta ou durante o parto. A especialista, porém, ressaltou que gestantes com dengue têm maior risco de desenvolver complicações graves. “A doença pode exacerbar um quadro mais sério e por estar grávida, gerar um quadro de tendência a hemorragia, podendo gerar consequências mais sérias para mãe e bebê”, disse. Além disso, ela destacou que bebês infectados podem enfrentar complicações como febre alta, irritabilidade e dificuldades respiratórias, assim como adultos.

Com informações: G1 Paraná