A polêmica em torno do uso do cartão corporativo do Corinthians por Andrés Sanchez acaba de ganhar mais um capítulo. Documentos recentes, publicados inicialmente pelo portal ge.globo e depois replicados na íntegra no perfil @Prmalaoficial no X (antigo Twitter), revelam novos gastos do ex-presidente do clube que destoam completamente da finalidade esperada para o cartão.
As despesas, segundo o extrato divulgado, envolvem lugares como Fernando de Noronha, Madri (Espanha) e restaurantes sofisticados em São Paulo, totalizando valores que ultrapassam os R$ 30 mil — todos feitos em um período no qual o clube não possuía qualquer atividade oficial nos referidos locais. Em 2020, o Corinthians esteve apenas nos Estados Unidos para a pré-temporada e logo em seguida iniciou o Campeonato Paulista.
Entre os itens mais chamativos da nova fatura, estão:
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R$ 6.980,40 em um restaurante de Fernando de Noronha;
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R$ 405 em um salão de beleza;
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Compra parcelada de R$ 1.674 em uma joalheria da marca HStern;
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R$ 1.247,69 gastos na Pizzaria Brás, em São Paulo;
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Refeições em churrascarias como Barbacoa (R$ 833,71) e Bovinu’s (R$ 256), além do tradicional Frango Assado, em São José dos Campos (R$ 201,07);
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Despesas internacionais em Madri, com valores de US$ 5.077,10 (cerca de R$ 22.800 à época) em hospedagem e mais US$ 91,25 (R$ 409,90) em alimentação.
Esses valores aparecem na segunda fatura revelada pelo mesmo perfil, que também foi responsável por expor o primeiro extrato reembolsado por Andrés anteriormente. A nova leva de informações levantou novamente questionamentos sobre a conduta do ex-dirigente e o uso dos recursos do clube.
Em resposta à reportagem do ge.globo, Andrés afirmou que encaminhou o novo caso ao Conselho Fiscal do Corinthians para que seja verificada a veracidade das informações. Caso os gastos sejam confirmados, ele garantiu que fará novo reembolso.
Contudo, o episódio está longe de encerrar-se apenas com um acerto de contas. Conforme apurado pelo portal Meu Timão, o Conselho de Orientação (Cori) do clube agendou uma reunião para o dia 14 com uma pauta espinhosa: discutir a possível expulsão de Andrés Sanchez do quadro de associados do Corinthians.
O estatuto do clube determina que o cartão corporativo deve ser utilizado unicamente para despesas institucionais — como viagens, hospedagens e alimentação em função do clube. A responsabilidade por fiscalizar esses gastos é do Conselho Fiscal, ligado ao Conselho Deliberativo.
Andrés presidiu o Corinthians em dois períodos: entre 2007 e 2011, e depois de 2018 a 2020. Atualmente, ele ocupa o posto de conselheiro vitalício e é membro nato do Cori, órgão que agora analisa sua conduta.
As redes sociais têm sido o principal palco da repercussão, com milhares de reações negativas. A postagem mais recente do perfil @Prmalaoficial já acumula mais de 21 mil visualizações, 332 comentários e 203 compartilhamentos — além de uma enxurrada de críticas da torcida.