Nesta quarta-feira (4), parlamentares sul-coreanos apresentaram um projeto de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, após ele ter declarado e posteriormente revertido a lei marcial, gerando uma crise política na quarta maior economia da Ásia.

A declaração de lei marcial, feita na noite de terça-feira (horário local), surpreendeu a todos e levou a um impasse com o Parlamento. Yoon tentou proibir atividades políticas e censurar a mídia, enquanto tropas armadas invadiam o prédio da Assembleia Nacional em Seul. O principal partido de oposição, o Partido Democrático (PD), exigiu a renúncia de Yoon ou seu impeachment.

Seis partidos de oposição apresentaram o projeto de destituição, com votação prevista para sexta-feira (6) ou sábado. “Não podíamos ignorar a lei marcial ilegal”, afirmou o parlamentar do PD Kim Yong-min. “Não podemos mais deixar a democracia entrar em colapso.”

A crise também gerou divisões no Partido do Poder Popular, de Yoon, cujo líder pediu a demissão do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, e de todo o gabinete. Kim já ofereceu sua renúncia, segundo o Ministério da Defesa.

Em discurso à nação, Yoon justificou a lei marcial como necessária para proteger o país de forças antiestatais pró-Coreia do Norte e manter a ordem constitucional, sem citar ameaças específicas. A tentativa de controle do Parlamento pelas tropas foi frustrada por assessores parlamentares e manifestantes.

Poucas horas após a declaração, o Parlamento, com 190 de seus 300 membros presentes, aprovou por unanimidade uma moção para suspender a lei marcial, com apoio de 18 membros do partido de Yoon. O presidente rescindiu a declaração cerca de seis horas depois.

Os manifestantes do lado de fora da Assembleia Nacional comemoraram a vitória, enquanto um funcionário presidencial afirmou que a adoção da lei marcial foi feita dentro da estrutura constitucional. Até o momento, não houve reação da Coreia do Norte ao ocorrido.