Agência revela divergências significativas nos resultados das eleições venezuelanas

Uma análise realizada pela Associated Press (AP) das atas eleitorais venezuelanas, divulgadas na sexta-feira (2) pela oposição, indica que Edmundo González obteve significativamente mais votos nas eleições do último domingo do que os números apresentados pelo governo para Nicolás Maduro.

A AP processou quase 24 mil imagens de atas eleitorais, correspondentes a 79% das urnas de votação do país. Cada documento continha contagens de votos codificados em QR codes, que foram decodificados e analisados pela agência. O total de votos calculado foi de 10,26 milhões.

De acordo com a contagem da AP:

Edmundo González: 6,89 milhões de votos
Nicolás Maduro: 3,13 milhões de votos

Esses números contrastam fortemente com os dados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), presidido por um aliado de Maduro, que relatou um número menor de votos para González e mais para Maduro. O CNE, sob pressão internacional, atualizou na sexta-feira os resultados e confirmou Maduro como vencedor, alegando que:

Nicolás Maduro: 6.408.844 votos
Edmundo González: 5.326.104 votos
O CNE atribuiu a demora na divulgação dos resultados a “ataques informáticos massivos de várias partes do mundo”, que, segundo o presidente do CNE, Elvis Amoroso, retardaram o processo.

Na mesma sexta-feira, a Suprema Corte venezuelana realizou uma sessão para auditar os resultados das eleições, convocando todos os 10 candidatos presidenciais, incluindo Maduro e González, para comparecer ao tribunal. González não compareceu à sessão e está entre os ameaçados de prisão por ordem de Maduro, conforme sugerido durante a semana. Comentários de analistas indicaram que a presença de González no tribunal poderia ter levado à sua prisão.

Durante a sessão, oito dos nove candidatos presentes assinaram um documento concordando com os resultados anunciados pelo CNE. Essa assinatura foi vista como uma tentativa de Maduro de conferir uma aparência de legitimidade às eleições. No entanto, Enrique Márquez, o único candidato que não assinou, pediu que as atas eleitorais fossem publicadas imediatamente pelo CNE.

informações: G1 via Associated Press