Mentor do maior escândalo da história da Alep, Bibinho admite crime e firma acordo de R$ 258 milhões com o MPPR
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Mentor do maior escândalo da história da Alep, Bibinho admite crime e firma acordo de R$ 258 milhões com o MPPR

30/07/2025 | 10:59 Por redacao mz

Envolvido no maior esquema de corrupção já descoberto no Legislativo paranaense, Abib Miguel, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, firmou um acordo milionário com o Ministério Público do Estado (MPPR) para encerrar todas as ações cíveis e criminais que enfrenta desde os anos 2000. Conhecido como “Bibinho”, ele reconheceu oficialmente a participação no esquema e se comprometeu a devolver R$ 258 milhões aos cofres públicos, valor que inclui o total desviado com correção.

O acordo foi homologado pelo Tribunal de Justiça do Paraná nesta segunda-feira (28) e estabelece que o ressarcimento deverá ser feito ao longo dos próximos seis anos. Como penalidade extra, Bibinho ainda terá de arcar com uma multa superior a R$ 3,6 milhões.

A fraude veio à tona em 2010, com a série investigativa “Diários Secretos”, publicada pelo jornal Gazeta do Povo em parceria com a RPC. As reportagens revelaram um sistema de “fantasmas” e “laranjas” infiltrados na folha de pagamento da Alep. Pessoas eram colocadas como servidores sem jamais terem trabalhado de fato, muitas vezes sem sequer saber que seus nomes constavam como funcionários.

Bibinho, apontado como o articulador do esquema, usava os salários desses nomes fictícios para enriquecer. Os valores desviados eram distribuídos entre contas bancárias de familiares, amigos e até investidos em imóveis e empresas. Pelo menos 90 bens já foram bloqueados pela Justiça, e, caso o acordo seja descumprido, esses ativos poderão ser usados para quitar os valores.

Aos 85 anos, Bibinho já foi condenado a mais de 255 anos de prisão por lavagem de dinheiro, com 59 condenações registradas entre 2000 e 2010. Ele chegou a cumprir quase oito anos de pena, mas hoje responde em liberdade.

O processo corre em sigilo médio. A defesa do ex-diretor informou que não irá se manifestar publicamente sobre os termos do acordo neste momento.

Com o pacto firmado, chega a um novo capítulo o caso que marcou profundamente a política paranaense e expôs, como nunca antes, as entranhas de um sistema de corrupção institucionalizado no coração da Assembleia Legislativa.